terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Reflexão sobre o plano de aula

Na proposta da elaboração de um plano de aula, escolhi o tema, que partiu após observação de como os meus alunos consomem “porcarias” na hora do lanche. Senti esta necessidade, a de trabalhar com eles sobre a importância de uma alimentação saudável desde cedo, a fim de possibilitar que sejam adultos mais conscientes sobre uma boa alimentação.E que uma alimentação rica e balanceada, lhes proporcionará saúde e melhor qualidade de vida. Também é preciso que saibam que há alimentos tão preferidos por eles que, se consumido em excesso fazem mal a saúde como: pizza, salgadinhos, refrigerantes, balas, chicletes, bombons, pirulitos, etc. O tema é relevante no presente e para o futuro dos meus alunos, sendo importante que compreendam que devemos ter uma alimentação equilibrada. A atividade planejada, além da linguagem se relaciona com outras áreas do conhecimento, contemplou a leitura, a escrita, a oralidade, a ciências, a matemática, além de ter trabalhado também o lúdico, com o jogo do bingo. As atividades com linguagem escrita foram: leituras e produção de texto; as atividades com linguagem oral foi a comparação e o debate; e nas ciências, reflexão e a conclusão sobre os hábitos de alimentação. Acredito que o tema escolhido poderia desencadear um projeto amplo e interdisciplinar. Para desenvolver um projeto inicialmente teria que traçar os objetivos pretendidos com este. Através de uma rodinha de conversa, discutir em grupo alguns aspectos sobre alimentação, levando-os a refletirem sobre os seus hábitos, e sobre o que gostariam de saber do tema e de como buscariam suas respostas.

sábado, 5 de dezembro de 2009

Relato sobre minha prática

Participação no Fórum.Ao longo do meu trabalho na educação que está completando 20 anos, a maioria deles trabalhados com a alfabetização de crianças, eu fui modificando minha maneira de alfabetizar, utilizando métodos diferentes, conhecendo o meu aluno, a sua realidade e suas necessidades. Procuro diversificar minha prática, trazendo para minha sala de aula uma diversidade de materiais, com os quais meus alunos já estão familiarizados, através dos seus contatos sociais, como: revistas, jornais, receitas culinárias, rótulos. Gosto também de trabalhar com músicas, poesia, parlendas, jogos, vídeos e outrosTendo que considerar que no meio destes também recebíamos, até poucos anos atrás, alunos que ainda não tinham frequentado a escola, vindos de casa, com dificuldades de usar o lápis, e organizar-se no caderno.As leituras reforçam que a questão da alfabetização é um alvo de preocupação e de debates por parte dos professores/as e pesquisadores/as, como podemos ver na entrevista ,Nada é mais gratificante do que alfabetizar (Entrevista com Magda Soares)
Letra A – O jornal do Alfabetizador. Belo Horizonte, abril/maio 2005, ano 1, n.1.

A alfabetização restringe sua atuação à transmissão de informações, o domínio da tecnologia do saber ler e escrever, de distinguir os códigos da leitura e da escrita na sociedade. Já o letramento, possui um conceito mais abrangente, indo além desta alfabetização de mera decodificação. Além deste domínio da leitura e da escrita, a apropriação e aplicação desses domínios nas práticas sociais. Para a sociedade não basta saber ler e escrever, é preciso também saber se comunicar com o mundo. E no que diz respeito ao ambiente escolar, esta é a nossa responsabilidade.Nada é mais gratificante do que alfabetizar (Entrevista com Magda Soares)
Letra A – O jornal do Alfabetizador. Belo Horizonte, abril/maio 2005, ano 1, n.1.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Educação de surdos no meu município

No município de Sapiranga, a Escola Luterana São Mateus oferece educação regular do ensino fundamental para alunos surdos e ouvintes.
Na Educação Infantil tem Maternal, Jardim A e Jardim B. No Ensino Fundamental oferecem desde a 1ª até a 8ª série. No Ensino Especial, alunos surdos têm oportunidade de receber educação, através de uma política educaional bilíngüe (Português e Libras = Língua Brasileira de Sinais).
A filosofia da Escola tem como propósito fazer com que a essência humana cresça em educação e na integração de pessoas diferentes, respeitando suas diferenças, seus credos, seu nível social e econômico, idealizando um mesmo objetivo de plenitude e de realização pessoal.
A educação de surdos é muito importante para a Escola São Mateus, bem como para a APADA (Associação de Pais e Amigos dos Deficientes Auditivos). O termo 'deficientes auditivos' é um conceito ultrapassado e seu sentido discrimina e marginaliza a pessoa surda. O termo SURDOS, segundo a escola e visto com visão de pessoas integrais, individuais, cidadãs, com sua própria visão de mundo, com direitos e deveres. Fala em educação bilíngüe; em professores surdos para alunos surdos; em intérpretes da Libras (Língua Brasileira de Sinais), em FENEIS (Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos); em NUPPES (Núcleo de Pesquisa em Políticas Educacionais para Surdos), na UFRGS; em surdos brasileiros.

EDUCAÇÃO DE SURDOS

Com base na leitura do texto da unidade 3 e no texto de Harlan Lane, busquei um entendimento sobre as questões das escolas de surdos que utilizam um ensino estruturado por ouvintes, não respeitando a cultura, língua e identidade das pessoas surdas, e quais as possibilidades de uma mudança nas propostas de ensino dessas escolas.
Desde aproximadamente 500 anos atrás, constituem-se métodos de ensino para surdos, a educação através da Língua de Sinais, do Oralismo, e do Bimodalismo. Porém, essas propostas de ensino não ocorreram todas simultaneamente, cada uma ocorreu em diferentes períodos da história dos surdos.
O oralismo ganhou forças no século XIX, em que foi imposto ao povo surdo devido à evolução tecnológica que facilitava a prática da oralização.
Na década de anos 60, foi proposto o uso simultâneo da língua dos sinais associada com a oralização, surgindo o modelo misto denominado de Comunicação Total havendo um início de reconhecimento e valorização da Língua de Sinais, a qual foi muito oprimida e marginalizada por mais de 100 anos. Essa prática do uso da comunicação total recebeu também o nome de “bimodalismo” encorajando o uso inadequado da Língua de Sinais, já que a mesma tem gramática diferente das línguas orais.
Quando o professor ouvinte sabe Língua de Sinais, pode comunicar-se de maneira satisfatória com seu aluno surdo. Porém, quando o professor também é surdo, além da mesma comunicação, ambos possuem identidade surda, o que contribui para uma harmonia ainda melhor entre professor-aluno. O professor surdo, além de um líder para o aluno surdo, representa uma perspectiva para o seu próprio futuro. Por essa razão, muitos educadores hoje defendem a educação bilíngüe e a importância de que as crianças surdas iniciem sua escolarização junto a outros colegas surdos e com professores que saibam a língua de sinais, preferencialmente surdos, pois além de usuários naturais da língua de sinais, eles são referenciais significativos para a constituição de identidades que se reconheçam como diferentes não como deficientes e inferiores aos ouvintes.
A partir da leitura dos textos percebe-se que os avanços aconteceram no que diz respeito e educação de surdos. Porém, se pensarmos, veremos que, mesmo após os redimensionamentos provocados pelas lutas surdas, o baixo índice de participação dos surdos no ensino médio e menor ainda no ensino superior, assim como o baixo nível salarial de muitos surdos, dentre outras conseqüências, comprova-se que essa educação ainda necessita de mudanças. É importante ouvir o desejo dos surdos, e que as escolas respeitem a língua e a cultura surda e os preparem para o mercado de trabalho e como sujeitos autônomos para a convivência no meio social.
Referências:
LANE, Harlan. A Máscara da Benevolência: a comunidade surda amordaçada. Lisboa: Instituto Piaget, 1992.
PERLIN, Gládis; STROBEL, Karin. Fundamentos da Educação de Surdos. 2008. (Desenvolvimento de material didático ou instrucional - Curso de Letras - LIBRAS à distância).
http://www.saomateus.g12.br/escola.htm

PEDAGOGIA DE PROJETOS

Percebo como aspecto positivo do trabalho por Projetos o fato de que o aluno percorre o caminho da informação para o conhecimento, tendo a liberdade de escolha sobre o que querem estudar, com temas definidos a partir do seu interesse e da sua curiosidade, um aprendizado que tem sentido para ele. Os alunos tornam-se investigativos, confrontando, as informações que recebem, questionando, comparando os dados e tirando suas conclusões.
O aluno desenvolve a sua capacidade de análise, assim como a sua autonomia.
O professor deixam de ser portador do conhecimento, e desempenha o papel de mediador e orientador, promovendo a construção de novos conhecimentos.
O Trabalho com Projetos requer uma postura investigativa, tanto do aluno como dos professores. Além de um Planejamento constante, a reflexão sobre as ações, e a busca pelas informações compartilhadas.
Acredito que a Pedagogia de Projetos pode ser utilizada em diferentes níveis de escolaridade, conforme citado no texto, “A perspectiva de globalização que se adota na escola, e que se reflete nos Projetos de trabalho, trata de ensinar o aluno a aprender, a encontrar o nexo, a estrutura, o problema que vincula a informação e que permite aprender. O tema escolhido para desenvolver o Projeto até pode ser o mesmo, porém o desenvolvimento vai acontecer de forma diferente, pois a Educação Infantil e os Anos Iniciais, são grupos de alunos com faixas etárias diferentes, com experiências e conhecimentos adquiridos anteriormente. Sendo assim o professor vai orientar o projeto pensando então nos objetivos finais para cada grupo.


Referências bibliográficas:

HERNÁNDEZ, Fernando; MONTSERRAT, Ventura. Os projetos de trabalho: uma forma de organizar os conhecimentos escolares. In: _____. A organização do currículo por Projetos de Trabalho. 5ª edição.

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Reflexão:O menino selvagem e a história dos surdos

A partir do filme “O menino Selvagem”, elaborei um texto, com reflexões sobre a proposta de trabalho de Jean Itard com o menino Victor, fazendo uma comparação da história de Victor com a história dos surdos, tendo como base o texto da unidade 2, que trata sobre as raízes da história de educação de surdos.
Considerando os dados analisados no texto “História dos Surdos” e do filme “Menino Selvagem”, pode-se dizer que já evoluímos muito no que se refere ao respeito e a igualdade dos surdos, mas o preconceito ainda existe. Com base em alguns dados históricos e no filme, percebe-se uma sociedade antiga na qual os surdos eram discriminados, eram tratados como incapazes e até mesmo idiotas, como falaram no filme.
Observando a trajetória histórica do ontem e o processo hoje, a história da humanidade foi testemunha de como as pessoas com deficiência foram excluídas da sociedade. As crianças surdas eram consideradas irracionais. Era proibido receberem a comunhão. Os surdos eram sujeitos estranhos e objetos de curiosidades da sociedade. Assim como foi retratado também no filme, que havia sido abandonado na floresta e depois de capturado era protegido pelo aldeão da curiosidade dos camponeses. Também existiam leis que proibiam os surdos de receberem heranças, de votar e, enfim, de usufruírem de todos os direitos como cidadãos.
No filme, mostra o preconceito e a falta de aceitação até mesmo pela família, a prova é do menino ser abandonado ainda muito pequeno, provavelmente devido à descoberta da deficiência. E pelo restante da sociedade depois de capturado, sendo motivo de estranhamento para a comunidade da aldeia, que não aceitava o diferente e expulsava da convivência qualquer tipo de “anormalidade”.

Resumo do filme" O menino selvagem"


O filme “O Menino Selvagem de Averyon”, de Fraçois Truffaut, baseado num caso verídico, conta a história de um menino de 11ou 12 anos que foi abandonado ainda pequeno pelos pais numa floresta na França, que não sabia falar e nem comportar-se como humano, por estar em contato com animais.
O menino foi encontrado por uma mulher que colhia bagas, que ao ouvir um barulho nos arbustos imagina ver um animal estranho e foge, quando é um ser humano. Um menino que andava que nem quadrúpede, subia nas árvores, comia bolotas e raízes, se coçava igual aos animais e tinha um olhar vago. A camponesa busca ajuda de caçadores e cães farejadores que capturam e levam o menino. O menino selvagem é entregue aos cuidados de um aldeão que o protege da curiosidade dos camponeses. O menino de olhar vago, não se interessava por nada e a sua face não mostrava qualquer tipo de sensibilidade, e como não falava não conseguia se comunicar.
No colégio de surdos-mudos, para onde é levado, durante os recreios, foge das outras crianças e esconde-se debaixo de montes de folhas. Quando o pretendem deitar, refugia-se debaixo da cama, onde dorme. Se chove fica alegre, corre e salta ao som da chuva. Maltratado pelas outras crianças, e interpelado pelos adultos, o menino selvagem tornava estridente a sua diferença radical. O professor Itard e o professor Pinel decidem retirá-lo da instituição. Foi observado pelo célebre psiquiatra da época, Pinel, que o considerou como um idiota irrecuperável e sugere que o levem para a instituição de deficientes mentais. Percebe-se aí a discriminação da sociedade, que viam os surdos como “anormais” ou “doentes”; com a necessidade de esconder as crianças naquela época. Segundo Pinel, o selvagem havia sido esfaqueado e abandonado pelos pais por ser anormal.
O jovem médico Itard ao contrário de Pinel considerou-o uma criança que teve o infortúnio de passar seis ou sete anos na floresta em isolamento total e, apenas como resultado desse isolamento parece hoje ser idiota. Supunha ter sido abandonado por ser filho ilegítimo e por isso um estorvo. Propõe-se tentar educá-lo e, nesse sentido, pede à Administração que lhe confie. Leva-o para casa e para a habitação civilizada. Assim, na sua casa com a ajuda da sua governanta que cuida dele com carinho, iniciou a difícil tarefa de desenvolver as faculdades dos sentidos intelectuais e afetivas de Victor, nome pelo qual passou a se chamar o menino. A governanta corta-lhe as unhas, o cabelo, veste-o e ensina-o a comer com a colher, enfim a se civilizado.
O professor ensina procurando situações em que sua memória visual seja posta a serviço da aprendizagem da escrita e da leitura. E sempre quando acerta o professor procura recompensá-lo com um copo de água.
Vai ampliando o grau de complexidade em suas atividades, e Victor, as vezes saturado da repetição, recusava-se a continuar, então se jogava no chão, derrubava o que tinha em mãos, irritava-se como forma de não corresponder ao processo de aprendizagem. Assim o professor colocou-o de castigo, no entanto repensando sua atitude, Itard tira-o do castigo e o acalma, uma das poucas demonstrações de afeto do professor com Victor. Itard amplia o grau de dificuldade das atividades. Com o passar do tempo o rapaz foi interiorizando e aprendendo o que lhe foi ensinado, principalmente quando era algo que ele gostava. Por exemplo, para pedir o leite, como ele gostava, com algumas tentativas consegue formar a palavra leite, corretamente. Porém este processo de aprendizagem, aconteceu com atividades mecanizadas e repetitivas.

PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE NO CONTEXTO SOCIAL

A partir da análise das imagens na apresentação do power point e da leitura do texto Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola (KLEIMAN, 2006), percebe-se a diferença entre o letramento social e o letramento escolar.
Durante muito tempo, a escola mesmo sendo a mais importante agência de letramento preocupa-se, não com o letramento, prática social, mas apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico) como afirma a autora do texto. Atualmente, para responder a demanda, é necessário conhecer as letras, mas não é o suficiente para ser competente no uso da língua escrita. A família, a igreja, a rua como lugar de trabalho, mostram orientações de le­tramento muito diferente estruturado de forma dinâmica e coletiva, a prática social. A criança começa a interagir com a prática do letramento no seu mundo social, por exemplo: quando seus pais lêem para ela, fazem anotações, através dos rótulos dos produtos,enfim. Portanto o processo de ensino-aprendizagem de leitura e escrita na escola não pode ser configurado como um mundo à parte, mas com a finalidade de continuar a preparar esta criança para a realidade na qual se insere.
Dominar o sistema de escrita e realizar a leitura de mundo, é fundamental para o sucesso do ser social e individual. Como afirma Soares (2001, p.18) “(...) letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter se apropriado da escrita”.

DEBATENDO TESES SOBRE PROJETOS DE APRENDIZAGEM

A atividade foi muito interessante. Concordando em algumas questões e discordando em outras, argumentando o meu posicionamento inicial e sobre questões de desenvolvimento de um PA, acompanhando os posicionamentos da colega que consolidavam minhas idéias em algumas questões e outras fez com que eu refetisse, reformulando o meu o meu posicionamento.
A construção de um PA deve partir do interesse do aluno, que deve escolher o tema, formular a questão de investigação, as suas certezas provisórias e as dúvidas temporárias, o plano de ação, o mapas conceituas e a síntese do projeto.
A Questão de Investigação é necessária, deve ser objetiva para não perder o foco da pesquisa, e esta responderá sobre o que o aluno realmente quer saber.
As certezas provisórias são as informações prévias que os integrantes do grupo possuem sobre a questão de investigação e podem ser confirmadas ou transformadas em dúvidas; e as dúvidas temporárias são as lacunas detectadas durante o conhecimento.
O plano de ação deve ser flexível, pois este comunica como vai ser construído o conhecimento, que a cada idéia, a cada descoberta os caminhos de busca podem ser reorganizadas e replanejadas.
O mapa conceitual é um diagrama que mostra de forma organizada e sintetizada a relação dos conhecimentos prévios com a assimilação de novas informações que concretizam a elaboração de uma resposta.
A síntese do projeto é aprodução final, onde o grupo aponta as idéias principais, os caminhos percorridos e as estratégias que o grupo usou para a construção da aprendizagem.
A atividade possibilitou-me respostas para algumas dúvidas que eu nem havia percebido ainda ter, sobre a organização de PA. E este conhecimento é imprencindível para a realização do nosso estágio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cultura Surda

Para a medicina ser surdo é o resultado da perda de uma habilidade disponível para os seres humanos, porem para a sociedade, implica em muitos outros fatores. Ser surdo não é melhor nem pior que ser ouvinte, mas diferente. É diferente, pois usa uma Língua diferente a LIBRAS.As línguas de sinais não são universal, cada língua de sinais tem sua própria estrutura gramatical.
Há pessoas surdas em todos os estados brasileiros e muitas destas pessoas vêm se organizando e formando associações pelo país. Como o Brasil é muito grande e diversificado, estas comunidades se diferenciam regionalmente em relação a hábitos alimentares, vestuários e situação sócio-econômica, entre outras diferenças e são estes fatores que geram também variações lingüísticas regionais.
As crianças surdas têm direito a participar da vida familiar, de uma escola comum e da comunidade. A Integração depende, dentre outros fatores, de uma comunidade que esteja preparada para conviver e aceitar aqueles que são diferentes. Integração é um processo dinâmico que possibilita ao surdo interagir, conviver e comunicar-se com outras pessoas. Se os pais e profissionais da educação possibilitar condições para a criança, ter acesso ao sistema educacional, se assegurarem seu direito a uma atividade produtiva, como qualquer cidadão, estarão contribuindo para sua verdadeira integração no contexto social.
Acredito com todos estes fatores, que lhes são de direito, a criança surda vai construir sua identidade, com confiança, segurança, tendo capacidade para uma vida normal e com direito de ser feliz.
Não tenho um contato direto com nenhuma pessoa surda, e não domino a língua de sinais. Mas se fosse preciso me comunicar com uma pessoa surda, eu escreveria um bilhete (caso esta pessoa fosse alfabetizada). Falaria claramente as palavras e devagar com esta pessoa. Falaria frente a frente, com a boca visível, para o caso da pessoa surda saber, poderia fazer a leitura labial.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Múltiplas Linguagens

Apesar de haver correlação entre a fala e a escrita, o ato de falar é diferente do ato de escrever. A língua escrita não é mera reprodução da fala, não escrevemos exatamente como falamos.
A representação da fala, da escrita e da leitura são construídas a partir de determinadas práticas culturais e estruturas sociais. Não falamos sempre da mesma forma e nem escrevemos adotando sempre o mesmo estilo.
A fala vai depender do lugar do qual falamos, do conteúdo, das circunstâncias e dos sujeitos envolvidos. Ao escrevermos um bilhete ou uma carta a amigos ou familiares utilizaremos uma escrita informal, enquanto que ao escrevermos um texto para apresentação de um trabalho será de maneira mais formal, com um planejamento sobre o que queremos transmitir. Refletindo sobre as características da sociedade global, e do novo modo de vida, podemos nos perguntar a respeito do trabalho com oralidade, leitura e escrita na escola em função de novos discursos que se impõem como “desafios contemporâneos”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DALLA ZEN; TRINDADE. A leitura, a escrita e a oralidade como artefatos culturais. 2002.

LIBRAS - LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS


Fiquei bastante contente quando soube que teríamos a disciplina de Libras neste semestre, acho importante para que se algum dia tivermos um aluno surdo, poderemos interegir com ele. Considera-se pessoas surdas aquela que, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Libras. Para a medicina ser surdo é o resultado da perda de uma habilidade disponível para os seres humanos, porem para a sociedade, implica em muitos outros fatores. Ser surdo não é melhor nem pior que ser ouvinte, mas diferente. É diferente, pois usa uma Língua diferente a LIBRAS.
A Língua Brasileira de Sinais foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. As línguas de sinais não são universais, cada país possui a sua.
A LIBRAS possui estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço.
Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.
Decretada e sancionada em 24 de abril de 2002, a Lei N° 10.436, no seu artigo 4º, dispõe o seguinte:
"O sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente".
As crianças surdas têm direito a participar da vida familiar, de uma escola comum e da comunidade. A Integração depende, dentre outros fatores, de uma comunidade que esteja preparada para conviver e aceitar aqueles que são diferentes. Integração é um processo dinâmico que possibilita ao surdo interagir, conviver e comunicar-se com outras pessoas. Se os pais e profissionais da educação possibilitar condições para a criança, ter acesso ao sistema educacional, se assegurarem seu direito a uma atividade produtiva, como qualquer cidadão, estarão contribuindo para sua verdadeira integração no contexto social.
Acredito com todos estes fatores, que lhes são de direito, a criança surda vai construir sua identidade, com confiança, segurança, tendo capacidade para uma vida normal e com direito de ser feliz.


domingo, 1 de novembro de 2009

Formação Docente da EJA

O preparo de um docente voltado para a EJA deve incluir, além das exigências formativas para todo e qualquer professor, aquelas relativas à complexidade diferencial desta modalidade de ensino.O professor deve estar preparado para interagir empaticamente com esta parcela de estudantes e de estabelecer o exercício do diálogo. Esta formação deve ser obrigatória para os cursos que se submetem à LDB e pode servir de referência para alfabetizadores ligados a quadros extra-escolares.
Muitos jovens e adultos, até mesmo pelo seu passado e presente, movem-se para a escola com forte motivação, buscam dar uma significação social para as competências, articulando conhecimentos, habilidades e valores. Os docentes deverão se preparar e se qualificar para a constituição de projetos pedagógicos que considerem modelos apropriados a essas características e expectativas.
Trata-se de uma formação em vista de uma relação pedagógica com sujeitos, trabalhadores ou não, com marcadas experiências vitais que não podem ser ignoradas. E esta adequação tem como finalidade, dado o acesso à EJA, a permanência na escola via ensino com conteúdos trabalhados de modo diferenciado com métodos e tempos intencionados ao perfil deste estudante. Também o tratamento didático dos conteúdos e das práticas não pode se ausentar nem da especificidade da EJA e nem do caráter multidisciplinar e interdisciplinar dos componentes curriculares.
É importante que a formação continuada e permanente dos educadores seja realizada com base no entendimento da multiculturalidade, enquanto criação histórica que, como tal, exige de todos nós o estabelecimento democrático e coletivo de fins comuns para uma convivência ética. Nessa perspectiva, a educação é instância propícia e espaço privilegiado para a realização da convivência e das trocas entre as diferentes culturas, o que é possível com a criação de espaços interculturais e intertransculturais, onde a multiculturalidade se fará presente e estabelecerá, num primeiro momento, o que Freire chama de unidade na diversidade (FREIRE, 1994, p. 157) e, num segundo momento, a luta pela construção de uma sociedade que fala de paz, e, para tanto, faça justiça.

EJA

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é o segmento de ensino da rede escolar pública brasileira que recebe os jovens e adultos que não completaram os anos da Educação Básica em idade apropriada. No início dos anos 90, o segmento da EJA passou a incluir também as classes de alfabetização inicial. O segmento é regulamentado pelo artigo 37 da LDB.
Entende-se por Educação de Jovens e Adultos a modalidade integrante da educação básica destinada ao atendimento de alunos que não tiveram, na idade própria, acesso ou continuidade de estudo no ensino fundamental e médio. A denominação Educação de Jovens e Adultos substitui o termo ensino supletivo da Lei n.º 5.692/71 e atualmente, no Brasil, compreende o processo de alfabetização, cursos ou exames supletivos nas etapas fundamental e média.
Nos documentos legais pertinentes, a EJA é considerada mais do que um direito: é a chave para o século XXI, por ser conseqüência do exercício da cidadania e condição para a participação plena na sociedade, incluindo aí a qualificação e a requalificação profissional.
A Educação de Jovens e Adultos representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso à escola e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas. Ser privado deste acesso é, de fato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social contemporânea, pois infelizmente o número de analfabetos no Brasil é superior a quinze milhões.

terça-feira, 20 de outubro de 2009

CONTRIBUIÇÕES DE COMÊNIO

Hoje se ouve falar tanto em “ensino para todos”, e foi exatamente isso que já no século XVII, recomendava Comênio. Quando falamos de uma escola onde as crianças dever ser respeitadas, considerando-as dotadas de inteligência, de sentimentos e com aptidões, pensamos ser referente a uma concepção moderna de ensino. Com as leituras sobre Comênio, percebi muito da sua teoria, utilizada na prática do nosso dia-a-dia. Para Comênio a aprendizagem deve partir dos sentidos, da percepção, da experiência do aluno, para que ela possa compreender sobre o que estão falando. O material didático utilizado para alfabetização, na sua obra “Orbis Sensualium Pictus” ( O mundo desenhado) , Comênio ilustrou o abecedário completo, com desenhos de animais, com frases simples, trazendo as ações e sons característicos dos animais, para ensinar o som de cada letra. Juntou gravuras ao lado das palavras, estimulando a memorização, assim tornando uma maneira mais suave para a criança aprender a ler, a escrever e a conhecer o mundo a partir da visualização. Ao iniciar o trabalho com meu aluno, parto daquilo que ele já sabe, valorizando o conhecimento e a capacidade de compreensão de cada aluno. Realizo atividades em duplas e grupos, para que aprendam uns com os outros, observando a motivação deles; procuro dosar meu trabalho com conversas, músicas e brincadeiras; e ter um bom relacionamento com meus alunos que é fundamental para a aprendizagem.

COMÊNIO

Jan Amos Komenský, nome original de Comenius, nasceu em 28 de março de 1592, na cidade de Uherský Brod (ou Nivnitz), na Moravia, região da Europa central pertencente ao antigo Reino da Boêmia (atual República Tcheca).

Comenius foi o criador da Didática Moderna e um dos maiores educadores do século XVII; já no século 17, ele concebeu uma teoria humanista e espiritualista da formação do homem que resultou em propostas pedagógicas hoje consagradas ou tidas como muito avançadas. Entre essas idéias estavam : o respeito ao estágio de desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem, a construção do conhecimento através da experiência, da observação e da ação e uma educação sem punição mas com diálogo, exemplo e ambiente adequado. Comenius pregava ainda a necessidade da interdisciplinaridade, da afetividade do educador e de um ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre e ecológico. Estão ainda entre as ações propostas pelo educador checo: coerência de propósitos educacionais entre família e escola, desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito científico e a formação do homem religioso, social, político, racional, afetivo e moral.

Referência:
www.centrorefeducacional.com.br/comenius.htm

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Reflexão sobre o texto

Este texto ”O menininho”, de Helen Buckley, possibilita e repensarmos a nossa prática pedagógica e qual formação estamos proporcionando ao nosso aluno. Vê-se a importância de estimular a criatividade no aluno, através da valorização de suas habilidades na sua totalidade. Com a proposta de desenvolver recursos que possam auxiliar o crescimento afetivo, psicomotor, assim como a auto-expressão deste aluno. Sabendo que a sua criatividade não esteja presente somente para uma aula de Artes, mas que esteja presente na sua vida, para que mais tarde possa atuar efetivamente no mundo, como um individuo que saiba opinar, sugerir , com autonomia.
Através das Artes o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação. Crianças que estimulam a sua imaginação terão maior facilidade na elaboração de textos criativos e na resolução de problemas, não só matemáticos, mas para sua vida cotidiana.
Espero na minha prática, estar deixando marcas de afetividade e do carinho que sinto por cada um dos meus alunos, ao longo desta caminhada de 20 anos. Minha reflexão é: Como estes alunos hoje desenham suas flores? Espero ter semeado ao menos na maioria deles, a criatividade e autonomia para que sejam pessoas determinadas, confiantes na sua capacidade, para que possam buscar a realização dos seus objetivos, respeitando as outras pessoas.

Que belo texto: O menininho



“O menininho”
Helen Buckley


Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava
com a escola bastante grande.
Quando o menininho descobriu que podia ir à sala
caminhando pela porta da rua, ficou feliz. A escola não parecia tão
grande quanto antes.


Uma manhã a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de desenhar.
Leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos... pegou sua caixa de
lápis de cor e começou a desenhar.
- Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores com seus
lápis rosa, laranja e azul.
- Esperem, vou mostrar como fazer.
E a flor era vermelha com o caule verde.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para
a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isto... virou
o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha
com o caule verde.

No outro dia, quando o menininho estava ao ar livre, a
professora disse:
- Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.
“Que bom!” pensou o menininho. Ele gostava de trabalhar
com o barro. Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes,
camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e amassar sua
bola de barro.
- Esperem, não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora nós iremos fazer um prato.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos
de todas as formas e tamanhos.
- Esperem, vou mostrar como se faz. Assim... Agora vocês
podem começar.
E o prato era fundo. Um lindo e perfeito prato fundo.
O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o
próprio prato e gostava mais do seu, mas ele não podia dizer isso...
amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato
fundo, igual ao da professora.
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a
fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não
fazia mais as coisas por si próprio.
Então, aconteceu que o menininho teve que mudar de escola...

Esta escola era ainda maior que a primeira.
Ele tinha que subir grandes escadas até a sua sala...
Um dia a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. E esperou que a professora
dissesse o que fazer. Ela não disse. Apenas andava pela sala.
Quando veio até o menininho falou:
- Você não quer desenhar?
- Sim. O que é que nós vamos fazer?
- Eu não sei, até que você o faça.
-Como eu posso fazer?
- Da maneira que você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo fizer o mesmo
desenho e usar as mesmas cores, como eu
posso saber qual o desenho de cada um?
- Eu não sei!
E começou a desenhar uma flor vermelha com um caule
verde...

domingo, 19 de julho de 2009

PORTFÓLIO DE APRENDIZAGEM



Estamos encerrando o semestre, tivemos que assistir o filme “Entre os muros da escola” para realizar o trabalho final do semestre. O filme é uma produção francesa, dirigida por Laurent Cantet e vencedor Palma de Ouro, Cannes, 2008, apresenta situações vividas durante um ano letivo, em uma sala de aula de uma escola pública francesa. Apesar de tratar de outro contexto cultural e de uma faixa etária, diferente daquela com a qual trabalho, as cenas retratadas são comuns em qualquerespaçoeducativo.
O filme retrata o que acontece dentro de uma sala de aula, numa escola pública, formada não só de alunos franceses. Percebe-se a diversidade étnica, incluindo chineses e africanos. Alunos que enfrentam o contraste das culturas entre si numa convivência, em um período bastante propício de resultar em confusão: a adolescência.
Sabemos que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas quanto ao desenvolvimento moral, e cabe a nós, professores, compreendermos e lidarmos com as diferentes situações, nas diferentes faixas etárias, encaminhando o aluno para que essa transição ocorra naturalmente, a sua própria autonomia moral e intelectual.
No filme existe uma diferença cultural e social que gera os atritos e a incompreensão entre ambas as partes. O professor tenta estimulá-los, enfrentando sérios problemas com a falta de educação e descaso deles pela aprendizagem. Assim como é comum em nossas escolas e principalmente com alunos maiores.
A cena que selecionei foi o conflito principal, que ocorreu na expulsão de Souleymane, um garoto problemático que se indispõe com todos os colegas e com os professores, além de questionador da autoridade de François, demonstrava pouco interesse pela aprendizagem.
Entendo que aprendizagem é um processo de mudança de comportamento obtido através da experiência construída por fatores emocionais e ambientais, pela apropriação de novos saberes. Para que aprendemos necessitamos interagir com outras pessoas construindo significados para nossas ações através das experiências.
Segundo Piaget a construção do conhecimento não é concebido apenas como sendo descoberto espontaneamente pelo sujeito, nem transmitido de forma mecânica pelos adultos, mas com o resultado de uma interação. Para que a aprendizagem ocorra os objetivos pedagógicos necessitam estar centrados no aluno. Piaget permite compreender como a criança e o adolescente aprende, fornecendo um referencial para que o professor possa identificar as possibilidades e limitações das crianças e adolescentes.
As experiências necessitam estruturar-se de modo que haja a cooperação e o intercâmbio de pontos de vista na busca conjunta do conhecimento.
Através da convivência com nossos alunos é que proporcionamos o desenvolvimento dos mesmos. Assim como mostra no filme, objetivo do professor além de ensinar o Francês é trabalhar o conhecimento de suas identidades, com o auto-retrato e escrever sobre si mesmo, tentando fazer com que seus alunos desenvolvam a cooperação e o senso crítico, para que se tornem sujeitos autônomos e com princípios morais. E até Souleymane envolveu-se com esta proposta que para ele era uma aprendizagem com significado.

AUTISMO

O autismo é classificado como um distúrbio do desenvolvimento humano. A respeito do autismo a ciência ainda diverge e muitas questões se encontram por responder. O autismo não segue o que podemos chamar de padrão, pois apresenta diversas características. Conduto, basicamente o que se observa, geralmente antes dos três anos, são problemas para que a comunicação se efetive, assim como na interação com outras pessoas e no emprego do poder imaginativo. Acomete cerca de cinco entre cada dez mil nascidos e é quatro vezes mais comum entre meninos do que meninas.
É uma enfermidade encontrada em todo o mundo e em famílias de toda configuração racial, étnica e social. Não se conseguiu provar nenhuma causa psicológica no meio ambiente dessas crianças que possa causar autismo.
CARACTERÍSTICAS COMPORTAMENTAIS DA CRIANÇA AUTISTA
· Resiste a métodos normais de ensino
· Risos e gargalhadas inadequadas
· Ausência de medo de perigos reais
· Aparente insensibilidade a dor
· Não se aninha
· Forma de brincar estranha e intermitente
· Não mantêm contato visual
· Conduta distante e retraída
· Indica suas necessidades através dos gestos
· Age como se fosse surdo
· Crises de choro e extrema angústia por razões não discerníveis
· Gira objetos
· Dificuldade em se misturar com outras crianças
· Resiste a mudanças de rotina
· Habilidades motoras fina/grossa desniveladas
· Hiperatividade física marcante e extrema passividade
· Ecolálico
· Apego inadequado a objetos
O diagnóstico do Autismo é baseado entre outras avaliações, na observação criteriosa e sistemática do comportamento. A partir da presença de sete comportamentos dos citados acima, já existe uma forte hipótese diagnóstica para o autismo.
No Brasil, as pessoas que sofrem com autismo chegam a 1 milhão. Elas apresentam deficiências nas áreas da comunicação, interação social e comportamento e podem ter problemas mentais associados. Trata-se de um distúrbio do desenvolvimento neurológico. Dentro do espectro autista há os mais comprometidos, chamados de “baixa funcionalidade”, e, noutro extremo, os caos mais leves, como a síndrome de Asperger. O diagnóstico não pode ser fechado durante os primeiros anos de vida, mas especialistas defendem que mesmo antes do primeiro ano de vida já podem ser notadas características autistas.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

HISTÓRICO DA SÍNDROME DO AUTISMO

Em 1867, Henry Maudsley foi o primeiro psiquiatra há ter interesse por crianças com distúrbios mentais graves, descobrindo várias delas dentre elas, o Autismo. Já no século XX, de Santis introduz o termo Demetria Precocíssima, onde aparecem casos de início muito precoce.O autismo em 1943, caracterizado por Leo Kanner tornou-se razão um dos desvios comportamentais mais estudados, debatidos e disputados, que teve o mérito de identificar a diferença do comportamento esquizofrênico e do autismo. Até hoje, sua descrição clínica é utilizada da mesma forma, que foi chamado de Distúrbios Autísticos do Contato Afetivo – Síndrome Única. Na década de 70, houve a proliferação dos critérios diagnósticos.Em 1983, as Síndromes de Asperger e Rett foram reconhecidas e deixaram de ser consideradas autismo, a Associação Americana de Psiquiatria cria o termo Distúrbio Abrangente do desenvolvimento e em 1987, o autismo deixa de ser uma psicose infantil. Hoje, o estudo está voltado para o aprofundamento real do que é o autismo, adaptação das crianças especiais em escolas de ensino regular e trabalhar também a afetividade das famílias dos mesmos.

domingo, 12 de julho de 2009

Concepção de Índio

Após a leitura do texto “Os Índios no Brasil: quem são e quantos são”, escrito pelo representante do povo Baniwa, Gersen dos Santos Luciano, proposta na Interdisciplina de Questões Étnico-Raciais esta foi a minha reflexão sobre o assunto:
A denominação índio ou indígena, segundo os dicionários da língua portuguesa, significa nativo, natural de um lugar. São também os nomes dado aos primeiros habitantes (habitantes nativos) do continente americano, os chamados povos indígenas. Mas esta denominação é o resultado de um mero erro náutico. O navegador italiano Cristóvão Colombo, em nome da Coroa Espanhola, empreendeu uma viagem em 1492 partindo da Espanha rumo às Índias, na época uma região da Ásia. Castigada por fortes tempestades, a frota ficou à deriva por muitos dias até alcançar uma região continental que Colombo imaginou que fossem as Índias, mas que na verdade era o atual continente americano. Foi assim que os habitantes encontrados nesse novo continente receberam o apelido genérico de “índios” ou “indígenas” que até hoje conservam. Deste modo, não existe nenhum povo, tribo ou clã com a denominação de índio. Na verdade, cada “índio” pertence a um povo, a uma etnia identificada por uma denominação própria, ou seja, a autodenominação, como o Guarani e o Yanomami, etc.
Segundo os dados presentes em algumas estimativas, quando Pedro Álvares Cabral aqui chegou esta terra era habitada por pelo menos cinco milhões de índios. Pelos dados do IBGE, de 2001, esta população está reduzida a pouco mais de 700.000 índios, em todo o território brasileiro.
Antes da década de 70, chamar alguém de índio fosse ele nativo ou não era uma ofensa. No inicio da década de 1980, com o movimento indígena, passam a ser valorizados os povos que falavam suas línguas originárias e praticavam suas tradições. A partir disso o apelido de pejorativo passam a ser parentes, companheiros, irmãos de história, lutando por direitos e interesses comuns. Dentre esses direitos encontra-se a própria continuidade das diferenças de projetos societários, de garantia de territorialidades e da conquista de cidadania global reconhecida.
O reconhecimento da cidadania indígena brasileira e, conseqüentemente, a valorização das culturas indígenas possibilitou uma nova consciência étnica dos povos indígenas do Brasil. Ser índio passou de uma generalidade social para uma expressão sociocultural importante do país. O processo de reafirmação da identidade indígena e o sentimento de orgulho de ser índio estão ajudando a recuperar gradativamente a auto-estima indígena perdida ao longo dos anos de repressão colonizadora.
Os povos indígenas no Brasil conformam uma enorme diversidade sociocultural e étnica. São 222 povos étnica e socioculturalmente diferenciados que falam 180 línguas distintas. Essa diversidade é o resultado de uma drástica redução ao longo da história de colonização, uma vez que já havia além de 1.500 povos falando mais de 1.000 línguas indígenas distintas quando Pedro Alvarez Cabral chegou ao Brasil em 1500.
A interculturalidade é uma prática de vida que pressupõe a possibilidade de convivência e coexistência entre culturas e identidades.
Sua base é o diálogo entre os diferentes, que se faz presente por meio de diversas linguagens e expressões culturais, visando a superação da intolerância e violência entre indivíduos e grupos sociais culturalmente distintos. É necessário reconhecermos a diversidade cultural brasileira.
A figura do professor e do livro didático é verdadeira autoridade, que a criança respeita.
Penso que para desfazer o preconceito da sociedade contra o índio devemos começar respeitando-os na condição de primeiros habitantes do Brasil. Trabalharmos com nossos alunos sobre a sua história, sua importância cultural, suas lutas por melhores condições que deveriam ter por direito. É preciso também, que a sociedade conheça a realidade das aldeias indígenas e identifique o quanto estas comunidades precisam de apoio e de respeito. Devemos realizar debates com reflexão, utilizando-nos de recursos pedagógicos que valorizam este povo e que venham de encontro a descontrução deste preconceito.

sábado, 11 de julho de 2009

ADORNO E KANT

Para a educação, a exigência que Auschwitz não se repita é primordial.
Adorno considera “que o mais importante para enfrentar o perigo de que tudo se repita é contrapor-se ao poder cego de todos os coletivos, fortalecendo a resistência frente aos mesmos por meio de esclarecimentos do problema da coletivização” (1995,p.127). Por isso se faz necessário o esclarecimento das pessoas de que quando fazem alguma coisa vinculada ao coletivo, devem se questionar antes refletindo sobre o que seria o fim de suas ações. Enfim, esclarecer as pessoas com relação aos costumes que são seguidos e não refletidos, como por exemplo, os trotes com ritos de iniciação à escola. Em cada situação que a consciência é mutilada, isto se reflete sobre o corpo, e isto pode provocar a violência. Educar contra a barbárie ganha sentido quando de forma humanizadora, que tem a intenção de resgatar nas pessoas a sensibilidade em relação ao outro para uma convivência civilizada.
A educação é entendida por Kant, como sendo ativamente humanizadora do homem. A educação compreende fundamentalmente dois momentos: a disciplina (parte negativa) e a instrução (parte positiva). O homem necessita da sua própria razão. E para isso uma geração educa a outra, no intuito de desenvolver as disposições naturais existentes no ser humano. O homem deve desenvolver a sua moralidade em direção ao bem.
Ambos defendem a educação pela humanização do ser humano, promovendo a superação da selvageria e barbárie que o homem sem educação, moral e ética é capaz de promover.
A educação é desafiadora, e deve ser pensada de forma que o homem seja disciplinado, torne-se culto, torne-se prudente ou adquira civilidade, e por fim cuidar da moralização. Temos que quebrar paradigmas da educação tradicional, educação pela disciplina através da dureza, que antigamente era explicita através da punição, de castigos, e hoje ainda predominante só que de maneira mais camuflada, através da repressão psicológica. É preciso através do esclarecimento, despertar a consciência sobre as ações e as conseqüências que podem gerar estas ações. Pois estamos acostumados a presenciar a falta de valores morais e éticos entre os jovens em nossas escolas, praticantes de violências físicas, assim como psicológicas.
Buscamos com a nossa prática a formação de cidadãos críticos, éticos e que sejam capazes de uma boa convivência, respeitando ao próximo, sem discriminação, que deve ser estimulada desde a primeira infância.

Dimensões da expressão afro-cultural

É preciso entender que a desigualdade no Brasil tem cor, nome e história. Esse não é um problema dos negros no Brasil, mas sim um problema do Brasil, que é de negros, brancos e outros mais. (Flavio Gomes).
O negro veio para o Brasil como escravo, considerado um ser dominado e inferior. O branco assimilou e aprendeu a considerar o negro como inferior e a se sentir superior e isto está no inconsciente coletivo do povo brasileiro.
Não nascemos racistas, mas nos tornamos racistas devido a um histórico processo de negação da identidade dos povos africanos.
Com a leitura do texto “Auto Imagem e Auto-Estima na Criança Negra:um Olhar sobre o seu Desempenho Escolar” de Marilene Leal Pare percebi que o que aconteceu com os meninos entrevistados por ela, acontece na realidade, com maioria dos negros, pois a maioria deles tem sua auto-estima baixa por serem discriminados, ocorrem as repetências nas séries e até um índice de evasão entre eles, que é bastante grande.
Para mudar essa situação há que desenvolver todo um trabalho com brancos e negros.
Em um primeiro momento da infância é de extrema importância à ação da família em despertar na criança a sua identidade negra e reforçar a sua a auto-estima.
Assim como fundamentar a prática escolar diária direcionando-a para uma educação anti-racista é um caminho que se tem a percorrer. Nesse caminhar, podemos identificar alguns pontos básicos que poderão fazer parte das reflexões/ações no cotidiano escolar, no sentido de tratar pedagogicamente a diversidade racial, visualizando com dignidade o povo negro e toda a sociedade.
Na sala de aula, devemos estudar a cultura afro-brasileira, reconhecendo e valorizando as contribuições do povo negro, e também valorizar o nosso aluno negro, pois mesmo que o aluno possua um suporte sócio – afetivo proporcionado pela família ou pela escola, ele enfrenta situações discriminatórias, que podem afetar a sua sociabilidade e o seu rendimento escolar. O enfrentamento e a superação do racismo demandam das crianças negras um grande esforço, para que possam crescer como cidadãos bem sucedidos.

domingo, 24 de maio de 2009

Filme: O Clube do Imperador

O filme “O Clube do Imperador”, retrata a história de William Hundert , um professor de História Antiga, que é apaixonado pelo seu trabalho, cheio de normas e princípios morais vai lecionar numa escola de alta-elite para meninos, que buscam é a formação de caráter de líder e de grandes homens de negócios. Com a chegada de um novo aluno na turma, chamado Bell, filho de um famoso senador, que inicia com provocações e deboches ao professor.
O professor, acostumado com um padrão de alunos, com a vinda deste novo aluno, enfrenta um grande desafio, e busca a mudança do caráter rebelde deste aluno e ganhar a sua confiança, convencendo-o de que era capaz.
Neste desafio, indo contra os seus princípios de moral e honestidade, trapaceou o resultado da prova de classificação para o concurso “Senhor Júlio César”.
Alterou a nota de Bell, passando-lhe na frente de um aluno brilhante, com a intenção de aproximar-se dele, e que poderia mudar o seu caráter, acreditando que este poderia vencer com seus próprios méritos.
Percebendo que não consegue mudar o caráter do aluno, o professor entra em conflito interno sobre o que são vitórias e derrotas. Este conflito aumenta com a decepção de perceber que, mesmo entre os mestres da escola, a “esperteza” se sobrepõe a retidão de caráter.
Pensando na formação plena do nosso aluno, devemos pensar nossa aula, a que extrapole os limites dos conteúdos e permitir a formação integral, além do conhecimento acadêmico, o conhecimento filosófico e ético.
Através da nossa prática, da proximidade com nosso aluno e da capacidade de dialogar com ele, consigamos perpetuar palavras e ações que vão além dos conteúdos. Que este nosso aluno saiba da importância em valorizar a vida, em querer progredir sem ter que trapacear, ter o gosto pelo conhecimento e gostar de conviver com outras pessoas respeitando as diferenças, enfim, crescer buscando a harmonia.

Aplicação do método clinico

A aluna com 6 anos de idade, pareceu muito tranqüila durante o teste. Suas respostas eram espontâneas, respondendo imediatamente ao desafio, não necessitando raciocinar, sendo a resposta fruto de uma reflexão ação, demonstrando segurança e certeza em suas respostas.
Analisando suas condutas cognitivas, acreditamos que a aluna esteja no estádio pré-operacional, pois ainda não há conservação, que é o critério psicológico da presença de operações reversíveis. A criança em fase pré-operacional pensará que há mais em um do que em outro. Na ausência da reversibilidade não há conservação da quantidade.
Com a transformação de uma bolinha em uma bolacha, esta lhe representava ser maior, na justificativa apresentada pela aluna em que o tamanho da circunferência diferenciava uma bola de massa da outra. A aluna não foi capaz de perceber que apesar das variações da forma, o volume continuava sendo o mesmo, não foi retirada, nem adicionada massa durante o teste.
A aluna procura o equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação, há dúvidas, assim suas assimilações lhe trazem insegurança, sem uma acomodação completa, o que significa que os erros próprios do raciocínio cabem nesta fase, pré-operatória, bem como da interpretação que faz do material analisado.
A aluna confirma a teoria de Piaget, seguindo sua classificação de não-conversão.
Usar esta metodologia nos permite dialogar, argumentar e contra-argumentar com a criança, dando-lhe a possibilidade de acompanhar seu pensamento a respeito de uma dada noção, no entanto nos detivemos à aplicação conforme a sugestão apresentada no roteiro para que a pesquisa não fosse invalidada, pois este dialogar deve ser muito bem elaborado.
O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades aparentemente incompatíveis: saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”. (PIAGET, J. A Representação do Mundo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.].p. 11)

Método Cliníco

A partir das leituras realizadas sobre o desenvolvimento mental segundo a teoria de Piaget, nós educadores podemos fazer uso da teoria Piagetiana como recurso para se conhecer e promover o desenvolvimento das potencialidades dos nossos alunos.
Com a aprendizagem sobre o método clínico, podemos aplicar o teste e analisar o estádio de nossas crianças. Com a aplicação do teste o observador ( professor) propõe uma questão simples e solicita a explicação do observado(aluno).
E observando as explicações da criança podemos identificar o estágio em que se encontra conforme o seu raciocínio das operações lógicas ou estruturas mentais. O resultado dessa observação permite-nos diagnosticar a prontidão para a aprendizagem verbal, quantitativa, espacial, algébrica e assim propor atividade adequada ao aluno.
A partir dos estudos sobre a teoria de Piaget aprendi que ao longo do processo de desenvolvimento, as pessoas apresentam estruturas cognitivas diferentes.
A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações sobre objetos, provocando o desequilíbrio, e resultam em assimilação ou, acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em construção de conhecimento. O desenvolvimento pode variar de um a outro indivíduo e também de um a outro meio social, algumas crianças avançam rapidamente ou outras avançam lentamente, mas isso não muda a ordem de sucessão dos estágios.

ESTÁDIOS DO DESENVOLVIMENTO

Estádio sensório-motor
Dura em média os dezoito primeiros meses de vida. Neste estádio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio, que vão se modificando gradualmente. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento. Neste estádio a criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os objetos físicos que a rodeiam. A inteligência sensório-motora se caracteriza por ser exclusivamente prática perdura até o aparecimento da linguagem.
Estádio pré-operatório
Inicialmente (mais ao menos aos dois anos), a criança fala sozinha porque o seu pensamento ainda não está organizado, só com o decorrer deste período é que começa a organizá-lo, associando os acontecimentos com a linguagem na sua ação.
Esse período vai, em média, até mais ou menos os sete anos de idade.
A linguagem é o resultado de um longo processo de construção, a partir daquilo que ela faz (ênfase na ação do sujeito) com aquilo que ela traz (reflexos e capacidade de adaptação, desdobrando-se em suas funções de assimilação e acomodação) na interação com o meio. Também chamado de estádio da Inteligência simbólica.
A capacidade simbólica da criança pré-operatória é marcada pelo egocentrismo já que, em função da ausência de um equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação, há muitas assimilações deformantes da realidade ao eu, sem uma acomodação completa.
O pensamento é marcado pela intuição, pela percepção imediata da realidade e não pela lógica. Outro aspecto central do pensamento pré-operatório é a irreversibilidade do pensamento, a criança não consegue converter relações (como na relação direita-esquerda) que para ela são absolutas.
Estádio operatório concreto
Este período vai em média dos sete aos doze anos. A construção da capacidade de reversibilidade do pensamento assinala o ingresso nas operações concretas. A criança torna-se, então, capaz de realizar operações, ou seja, ações mentais, embora limitadas pelo mundo real.
A criança começa a ver o mundo com mais realismo. Neste período, são construídas as operações lógicas de classificação e seriação, conservações físicas de substância, peso e volume e conservações espaciais de comprimento, área e volume espacial e conceito de número. Apesar da criança já conseguir efetuar operações corretamente, precisa ainda do contato com o concreto.
Estádio operatório formal
Com idade dos doze aos dezesseis, aproximadamente.
Por ocasião da passagem para o operatório formal há uma inversão nas relações entre o real e o possível. No operatório concreto o real é quem define as possibilidades. Agora, neste estádio pode raciocinar com hipóteses e não com objetos. O operatório-formal permite trabalhar com o pensamento hipotético-dedutivo e estabelecer relações entre diferentes teorias. O adolescente neste estágio formula os resultados das operações concretas sob a forma de proposições e continua a operar mentalmente com elas. A adolescente pensa e formula hipóteses, estas capacidades vão permitir-lhe definir conceitos e valores.

domingo, 3 de maio de 2009

Epistemologia Genética de Jean Piaget



A partir da leitura do texto “Epistemologia Genética e construção do conhecimento”, aprendi que Piaget trata o conhecimento como uma construção, a partir da ação do sujeito, numa interação com o objeto do conhecimento. O desenvolvimento como a busca de um equilíbrio superior, como um processo de equilibração constante. Nesse processo, vão surgindo novas estruturas, novas formas de conhecimento, mas as funções do desenvolvimento permanecem as mesmas.
O sujeito pensa e age para satisfazer uma necessidade, para superar um desequilíbrio, para adaptar-se as novas situações do mundo que o cerca. Podemos dizer que a adaptação é a satisfação de uma necessidade, a solução de um problema. As estruturas construídas garantem uma continuidade que vão sendo reformuladas, conforme acontecem novas assimilações. E estas novidades que obriga o sujeito a realizar acomodações das extruturas existentes. A partir do nascimento, inicia-se o desenvolvimento cognitivo e todas as construções do sujeito servem de base a outras. Todos os sujeitos vivenciam quatro períodos na mesma seqüência, porém o início e o término de cada uma deles pode variar em função das características da estrutura biológica e dos estímulos recebido pelo meio em que ele estiver inserido. Os períodos do desenvolvimento mental e suas principais características são: o estádio sensório-motor, o estádio pré-operatório, o estádio operatório concreto e o estádio operatório formal.

domingo, 26 de abril de 2009

Políticas Publicas brasileiras na área da educação especial

Com as leituras sobre Políticas publicas brasileiras na área de educacão especial percebe-se as conquistas documentadas em leis,e da necessidade de ações que envolvem todos aqueles que têm responsabilidade na ação política.
Durante muitos anos, a luta era a inclusão de crianças e jovens com necessidades especiais, no ensino regular. Hoje, com a maioria delas freqüentando o ensino regular, existem ainda muitos desafios nas escolas regulares que trabalham com as crianças portadoras de necessidades especiais que vão desde as barreiras arquitetônicas, professores despreparados, escassez de recursos e alguns casos até mesmo a resistência familiar em aceitar e buscar atendimento. Outro grande desafio é garantir a aprendizagem, não basta acolher e promover a integração destes alunos.
As crianças com necessidades especiais possuem alguma espécie de limitação, e por isso requerem algumas adaptações no programa educacional, para que possam atingir seu potencial máximo, Essas limitações podem ocorrer de problemas auditivos, visuais, mentais ou motores.
A nova LDB 9.394/96 em seu capítulo V prevê que a educação dos portadores de necessidades especiais devem se dar de preferência na rede regular de ensino, o que traz uma nova concepção na forma de entender a educação e integração das pessoas com necessidades especiais. Mas o mero fato de constar em lei, não significa que as ações estejam sendo planejadas e estruturadas de modo que estejam sendo respeitados seus direitos plenamente. É preciso muito mais que isto, uma orientação correta e um apoio aos professores regentes, permitindo um trabalho em conjunto com especialistas.
Sabemos que ainda falta muito para a educação seja realmente inclusiva e não somente a integração destes alunos portadores de necessidades especiais na escola regular. Como diz a psicopedagoga Daniela Alonso, consultora na área de inclusão: ”Oferecer Educação de qualidade significa fazer adaptações físicas e pedagógicas”.
A meu ver a implantação da política de inclusão escolar está acontecendo de cima para baixo, em geral o professor despreparado, age de forma solitária, sem um devido acompanhamento e sem orientação. É necessária também uma estrutura adequada, definição de um bom planejamento, capacitação, criatividade e boa vontade dos professores. Embora saibamos que para tudo isso acontecer é evidente que necessita de investimentos que caberia ao estado oferecer estas condições.

terça-feira, 21 de abril de 2009

CONSTRUTIVISMO

Na visão construtivista, o aluno constrói representações por meio de sua interação com a realidade, as quais irão constituir seu conhecimento, processo insubstituível e incompatível com a idéia de que o conhecimento possa ser adquirido ou transmitido. "É a pessoa que constrói o seu próprio conhecimento", completa o psicólogo Fernando Becker.
O papel do professor, na abordagem construtivista, é facilitar a construção de significados por parte do aluno nas suas interpretações do mundo. Para que possa ajudar o aluno, deverá possuir uma concepção clara da construção de conhecimento enquanto processo dinâmico e relacional advindo da reflexão conjunta sobre o mundo real.
Nós, como professoras precisamos criar situações desafiadoras para os alunos e nós mesmas possamos, como diz Paulo Freire "recriar a vida", de forma a envolver a cultura popular, a história dos alunos ao conhecimento científico. Já o aluno pergunta sobre tudo, pois tem acesso às informações: TV, rádio, mídia impressa, internet, CDs,... Hoje nossos alunos são o modelo pedagógico relacional, não são tabula rasa. Acreditamos que a construção do conhecimento do aluno em sua vida serve de base para continuar a construção.
Portanto aprendizagem é construção, ação e tomada de consciência das ações.

ANÁLISE DO TEXTO “MODELOS PEDAGÓGICOS E MODELOS EPISTEMOLÓGICOS” DO PROFESSOR FERNANDO BECKER

Analisando minhas respostas do Eixo II, na interdisciplina de Psicologia, sem nenhum embasamento teórico, percebi na minha questão sobre o conhecimento haver uma identificação maior com o modelo da pedagogia diretiva, pois defini o conhecimento como uma atividade intelectual que é feita através de apreensão de algo exterior à nossa pessoa e pode ser ampliado e compartilhado. Mas nas questões referentes a aprendizagem e ao ensino na escola, verifiquei que minhas respostas se identificaram mais com o modelo da pedagogia relacional, pois na minha visão a aprendizagem acontece a todo momento, desde que o assunto desperte o interesse em aprender.
E o ensino deveria ser de maneira prazerosa e significativa para o aluno, partindo de suas vivências e dos interesses. Sendo assim concordo que o conhecimento não possa transitar da cabeça do professor para a cabeça do aluno. Também não acredito na tese de que a mente do aluno é uma tábula rasa frente ao conhecimento do novo, pois tudo que o aluno já construiu serve de patamar para continuar a sua construção. O professor além de ensinar, precisa aprender o que seu aluno já construiu até o momento – condição prévia das aprendizagens futuras. O resultado desta sala de aula é a construção e a descoberta do novo. Esta sala de aula não reproduz o passado pelo passado, mas debruça-se sobre o passado porque aí se encontra o embrião do futuro.
Segundo Becker o aluno hoje é semelhante e diferente ao aluno de todos os tempos. Ele pergunta e se pergunta é porque está sendo reprimido, interfere com muito mais desembaraço. Ele dispõe de informações (TV, rádio, mídia impressa, internet, CDs, etc.) que vêm a ele em tamanha quantidade – não necessariamente em qualidade - como jamais a humanidade conheceu. E o modelo pedagógico relacional é o único que conseguirá dar conta dessa demanda.

domingo, 19 de abril de 2009

Argumentação

Argumento, não é mera explicação. Quando explico, apenas informo alguém sobre algo. Argumentar é ter a intenção de convencer ou justificar sobre algo.
O argumento é um conjunto de proposições em que se pretende que uma delas (a conclusão) seja apoiada pelas outras (as premissas). As premissas são (razões, provas e idéias) apresentadas para sustentar uma tese ou um ponto de vista.
A partir das premissas, que os argumentos são construídos; ou, de outro modo, são as razões para se aceitar o argumento.

Análise de Projetos de Aprendizagens

Com a realização da atividade sobre Análise de Projetos de Aprendizagem, aprendi que devemos observar aspectos de como aconteceu o desenvolvimento do projeto, percebendo os aspectos positivos ou as necessidades de reorganização e/ ou complementação do trabalho.
O projeto deve partir de uma questão de investigação formulada de modo que abra um leque para a exploração de novas relações, originadas pelas vivências e curiosidades dos sujeitos.Existindo uma coerência lógica entre a questão de investigação e as afirmações do quadro inicial das certezas provisórias das dúvidas. Buscando soluções para a questão eleita, confirmando suas “Certezas Provisórias” e obtendo respostas para suas “Dúvidas Temporárias”, transformando-as em certezas. As certezas e dúvidas vão sendo reformuladas durante a realização do projeto, os sujeitos vão retomando suas certezas e dúvidas na medida em que fazem descobertas modificando seus conhecimentos iniciais.
Utilizando-se de fontes, instrumentos e procedimentos que sejam coerentes com a questão proposta, com as certezas e com as dúvidas.
A busca e seleção de informações e a escolha dos procedimentos ( enquetes, entrevistas, observações, experimentos, leituras) abrem para a construção de novas relações, novas articulações entre conceitos e idéias. Com aprendizagens relevantes relacionada com os conteúdos e conceitos abordados no projeto. Os mapas conceituais devem mostrar a evolução na apropriação do conhecimento, apresentando os conceitos e as relações apresentadas no projeto. Com textos apresentados que devem ser coerentes, permitindo ao leitor acompanhar o desenrolar da investigação realizada, com material focado no problema proposto, validando as certezas provisórias, e esclarecendo as dúvidas temporárias, apresentando uma síntese que responda a Questão de Investigação.
Com registros que evidenciem a construção de uma aprendizagem cooperativa, através de combinações, informações e sugestões do grupo, assim como registros, interações virtuais ou presenciais com especialistas ou outras pessoas, fora do grupo, na busca por contribuições para o projeto.
O site deve ser organizado de maneira que facilite o acompanhamento do projeto, buscando a interação com o leitor.

domingo, 5 de abril de 2009

INCLUSÃO

Em meados de 1990, começam no Brasil as discussões em torno do novo modelo de atendimento nas escolas, o modelo de inclusão.
A Constituição Federal de 1988, no artigo 208, estabelece a integração escolar, garantindo o atendimento aos indivíduos com deficiências, preferencialmente na rede regular de ensino.
Em dezembro de 1996, a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, expressa algumas avanços, sendo a extensão da oferta da educação especial na faixa etária de zero a seis anos, a ídéia de melhoria da qualidade dos serviços educacionais para os alunos, a necessidade do professor ser preparado e recursos adequados para atender a esta diversidade de alunos.
Mas na realidade,tudo isto ainda está bem distante de ser alcançado.Pois na prática não recebemos preparo para atendermos estas crianças e nem auxílio com recursos pedagógicos,falo da minha realidade, professora na rede estadual.
O que precisamos é que estas leis alcançadas,hoje impressas, realmente sejam efetivadas na prática educacional. Apesar de reconhecer os benefícios da integração destas crianças deficientes com as não deficientes,sabemos que não é o suficiente,quantas angústias sem termos respaldos e respostas para realmente facilitar a aprendizagem destes alunos.

segunda-feira, 23 de março de 2009

Reflexão...

No segundo semestre de 2008, tive dificuldades em administrar o meu tempo, sinto-me cada vez mais exigida com atividades fora das 20 horas semanais do meu regime de trabalho. Trabalho em duas escolas estaduais, e tenho que cumprir minhas jornadas duplamente, com reuniões, entregas de boletins, jornadas pedagógicas e duas horas de reuniões de unidocência que são cumpridas semanalmente, e por isso muitas vezes não consegui cumprir minhas atividades dentro do tempo previsto. E para 2009, conforme o calendário não será diferente.
As aprendizagens do semestre foram muito importantes, adquiri novos conhecimentos de conceitos teóricos, pois as interdisciplinas focaram a política educacional oportunizando-me maior entendimento sobre a organização, a gestão e o funcionamento da escola. Assim como trabalhar com Projeto de Aprendizagem, buscando novos conhecimentos de interesse do grupo , através de pesquisas, entrevistas, com interação e cooperação,comprovando assim a possibilidade de trabalharmos em grupo a distancia e o crescimento de todos durante a realização do projeto.
Muitas expectativas para 2009...
Acredito que as interdisciplinas que iremos estudar serão enriquecederas para a nossa prática.Principalmente na disciplina de educação de crianças com necessidades especiais,pois cada vez mais convivemos com esta realidade,que muitas vezes nos causam angustias.Sinto necessidade de capacitação para que realmente possamos dar um atendimento especializado a estes alunados, para que sejam integrados na escola e na sociedade.

Nova etapa... inicio 2009

Cântico XIII
Renova-te.
Renasce em ti mesmo.
Multiplica os teus olhos, para verem mais.
Multiplica-se os teus braços para semeares tudo.
Destrói os olhos que tiverem visto.
Cria outros, para as visões novas.
Destrói os braços que tiverem semeado,
Para se esquecerem de colher.
Sê sempre o mesmo.
Sempre outro. Mas sempre alto.
Sempre longe.
E dentro de tudo.

Cecília Meireles