domingo, 24 de maio de 2009

Filme: O Clube do Imperador

O filme “O Clube do Imperador”, retrata a história de William Hundert , um professor de História Antiga, que é apaixonado pelo seu trabalho, cheio de normas e princípios morais vai lecionar numa escola de alta-elite para meninos, que buscam é a formação de caráter de líder e de grandes homens de negócios. Com a chegada de um novo aluno na turma, chamado Bell, filho de um famoso senador, que inicia com provocações e deboches ao professor.
O professor, acostumado com um padrão de alunos, com a vinda deste novo aluno, enfrenta um grande desafio, e busca a mudança do caráter rebelde deste aluno e ganhar a sua confiança, convencendo-o de que era capaz.
Neste desafio, indo contra os seus princípios de moral e honestidade, trapaceou o resultado da prova de classificação para o concurso “Senhor Júlio César”.
Alterou a nota de Bell, passando-lhe na frente de um aluno brilhante, com a intenção de aproximar-se dele, e que poderia mudar o seu caráter, acreditando que este poderia vencer com seus próprios méritos.
Percebendo que não consegue mudar o caráter do aluno, o professor entra em conflito interno sobre o que são vitórias e derrotas. Este conflito aumenta com a decepção de perceber que, mesmo entre os mestres da escola, a “esperteza” se sobrepõe a retidão de caráter.
Pensando na formação plena do nosso aluno, devemos pensar nossa aula, a que extrapole os limites dos conteúdos e permitir a formação integral, além do conhecimento acadêmico, o conhecimento filosófico e ético.
Através da nossa prática, da proximidade com nosso aluno e da capacidade de dialogar com ele, consigamos perpetuar palavras e ações que vão além dos conteúdos. Que este nosso aluno saiba da importância em valorizar a vida, em querer progredir sem ter que trapacear, ter o gosto pelo conhecimento e gostar de conviver com outras pessoas respeitando as diferenças, enfim, crescer buscando a harmonia.

Aplicação do método clinico

A aluna com 6 anos de idade, pareceu muito tranqüila durante o teste. Suas respostas eram espontâneas, respondendo imediatamente ao desafio, não necessitando raciocinar, sendo a resposta fruto de uma reflexão ação, demonstrando segurança e certeza em suas respostas.
Analisando suas condutas cognitivas, acreditamos que a aluna esteja no estádio pré-operacional, pois ainda não há conservação, que é o critério psicológico da presença de operações reversíveis. A criança em fase pré-operacional pensará que há mais em um do que em outro. Na ausência da reversibilidade não há conservação da quantidade.
Com a transformação de uma bolinha em uma bolacha, esta lhe representava ser maior, na justificativa apresentada pela aluna em que o tamanho da circunferência diferenciava uma bola de massa da outra. A aluna não foi capaz de perceber que apesar das variações da forma, o volume continuava sendo o mesmo, não foi retirada, nem adicionada massa durante o teste.
A aluna procura o equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação, há dúvidas, assim suas assimilações lhe trazem insegurança, sem uma acomodação completa, o que significa que os erros próprios do raciocínio cabem nesta fase, pré-operatória, bem como da interpretação que faz do material analisado.
A aluna confirma a teoria de Piaget, seguindo sua classificação de não-conversão.
Usar esta metodologia nos permite dialogar, argumentar e contra-argumentar com a criança, dando-lhe a possibilidade de acompanhar seu pensamento a respeito de uma dada noção, no entanto nos detivemos à aplicação conforme a sugestão apresentada no roteiro para que a pesquisa não fosse invalidada, pois este dialogar deve ser muito bem elaborado.
O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades aparentemente incompatíveis: saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”. (PIAGET, J. A Representação do Mundo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.].p. 11)

Método Cliníco

A partir das leituras realizadas sobre o desenvolvimento mental segundo a teoria de Piaget, nós educadores podemos fazer uso da teoria Piagetiana como recurso para se conhecer e promover o desenvolvimento das potencialidades dos nossos alunos.
Com a aprendizagem sobre o método clínico, podemos aplicar o teste e analisar o estádio de nossas crianças. Com a aplicação do teste o observador ( professor) propõe uma questão simples e solicita a explicação do observado(aluno).
E observando as explicações da criança podemos identificar o estágio em que se encontra conforme o seu raciocínio das operações lógicas ou estruturas mentais. O resultado dessa observação permite-nos diagnosticar a prontidão para a aprendizagem verbal, quantitativa, espacial, algébrica e assim propor atividade adequada ao aluno.
A partir dos estudos sobre a teoria de Piaget aprendi que ao longo do processo de desenvolvimento, as pessoas apresentam estruturas cognitivas diferentes.
A construção do conhecimento ocorre quando acontecem ações sobre objetos, provocando o desequilíbrio, e resultam em assimilação ou, acomodação e assimilação dessas ações e, assim, em construção de conhecimento. O desenvolvimento pode variar de um a outro indivíduo e também de um a outro meio social, algumas crianças avançam rapidamente ou outras avançam lentamente, mas isso não muda a ordem de sucessão dos estágios.

ESTÁDIOS DO DESENVOLVIMENTO

Estádio sensório-motor
Dura em média os dezoito primeiros meses de vida. Neste estádio, a partir de reflexos neurológicos básicos, o bebê começa a construir esquemas de ação para assimilar mentalmente o meio, que vão se modificando gradualmente. As noções de espaço e tempo são construídas pela ação. O contato com o meio é direto e imediato, sem representação ou pensamento. Neste estádio a criança busca adquirir controle motor e aprender sobre os objetos físicos que a rodeiam. A inteligência sensório-motora se caracteriza por ser exclusivamente prática perdura até o aparecimento da linguagem.
Estádio pré-operatório
Inicialmente (mais ao menos aos dois anos), a criança fala sozinha porque o seu pensamento ainda não está organizado, só com o decorrer deste período é que começa a organizá-lo, associando os acontecimentos com a linguagem na sua ação.
Esse período vai, em média, até mais ou menos os sete anos de idade.
A linguagem é o resultado de um longo processo de construção, a partir daquilo que ela faz (ênfase na ação do sujeito) com aquilo que ela traz (reflexos e capacidade de adaptação, desdobrando-se em suas funções de assimilação e acomodação) na interação com o meio. Também chamado de estádio da Inteligência simbólica.
A capacidade simbólica da criança pré-operatória é marcada pelo egocentrismo já que, em função da ausência de um equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação, há muitas assimilações deformantes da realidade ao eu, sem uma acomodação completa.
O pensamento é marcado pela intuição, pela percepção imediata da realidade e não pela lógica. Outro aspecto central do pensamento pré-operatório é a irreversibilidade do pensamento, a criança não consegue converter relações (como na relação direita-esquerda) que para ela são absolutas.
Estádio operatório concreto
Este período vai em média dos sete aos doze anos. A construção da capacidade de reversibilidade do pensamento assinala o ingresso nas operações concretas. A criança torna-se, então, capaz de realizar operações, ou seja, ações mentais, embora limitadas pelo mundo real.
A criança começa a ver o mundo com mais realismo. Neste período, são construídas as operações lógicas de classificação e seriação, conservações físicas de substância, peso e volume e conservações espaciais de comprimento, área e volume espacial e conceito de número. Apesar da criança já conseguir efetuar operações corretamente, precisa ainda do contato com o concreto.
Estádio operatório formal
Com idade dos doze aos dezesseis, aproximadamente.
Por ocasião da passagem para o operatório formal há uma inversão nas relações entre o real e o possível. No operatório concreto o real é quem define as possibilidades. Agora, neste estádio pode raciocinar com hipóteses e não com objetos. O operatório-formal permite trabalhar com o pensamento hipotético-dedutivo e estabelecer relações entre diferentes teorias. O adolescente neste estágio formula os resultados das operações concretas sob a forma de proposições e continua a operar mentalmente com elas. A adolescente pensa e formula hipóteses, estas capacidades vão permitir-lhe definir conceitos e valores.

domingo, 3 de maio de 2009

Epistemologia Genética de Jean Piaget



A partir da leitura do texto “Epistemologia Genética e construção do conhecimento”, aprendi que Piaget trata o conhecimento como uma construção, a partir da ação do sujeito, numa interação com o objeto do conhecimento. O desenvolvimento como a busca de um equilíbrio superior, como um processo de equilibração constante. Nesse processo, vão surgindo novas estruturas, novas formas de conhecimento, mas as funções do desenvolvimento permanecem as mesmas.
O sujeito pensa e age para satisfazer uma necessidade, para superar um desequilíbrio, para adaptar-se as novas situações do mundo que o cerca. Podemos dizer que a adaptação é a satisfação de uma necessidade, a solução de um problema. As estruturas construídas garantem uma continuidade que vão sendo reformuladas, conforme acontecem novas assimilações. E estas novidades que obriga o sujeito a realizar acomodações das extruturas existentes. A partir do nascimento, inicia-se o desenvolvimento cognitivo e todas as construções do sujeito servem de base a outras. Todos os sujeitos vivenciam quatro períodos na mesma seqüência, porém o início e o término de cada uma deles pode variar em função das características da estrutura biológica e dos estímulos recebido pelo meio em que ele estiver inserido. Os períodos do desenvolvimento mental e suas principais características são: o estádio sensório-motor, o estádio pré-operatório, o estádio operatório concreto e o estádio operatório formal.