quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Reflexão:O menino selvagem e a história dos surdos

A partir do filme “O menino Selvagem”, elaborei um texto, com reflexões sobre a proposta de trabalho de Jean Itard com o menino Victor, fazendo uma comparação da história de Victor com a história dos surdos, tendo como base o texto da unidade 2, que trata sobre as raízes da história de educação de surdos.
Considerando os dados analisados no texto “História dos Surdos” e do filme “Menino Selvagem”, pode-se dizer que já evoluímos muito no que se refere ao respeito e a igualdade dos surdos, mas o preconceito ainda existe. Com base em alguns dados históricos e no filme, percebe-se uma sociedade antiga na qual os surdos eram discriminados, eram tratados como incapazes e até mesmo idiotas, como falaram no filme.
Observando a trajetória histórica do ontem e o processo hoje, a história da humanidade foi testemunha de como as pessoas com deficiência foram excluídas da sociedade. As crianças surdas eram consideradas irracionais. Era proibido receberem a comunhão. Os surdos eram sujeitos estranhos e objetos de curiosidades da sociedade. Assim como foi retratado também no filme, que havia sido abandonado na floresta e depois de capturado era protegido pelo aldeão da curiosidade dos camponeses. Também existiam leis que proibiam os surdos de receberem heranças, de votar e, enfim, de usufruírem de todos os direitos como cidadãos.
No filme, mostra o preconceito e a falta de aceitação até mesmo pela família, a prova é do menino ser abandonado ainda muito pequeno, provavelmente devido à descoberta da deficiência. E pelo restante da sociedade depois de capturado, sendo motivo de estranhamento para a comunidade da aldeia, que não aceitava o diferente e expulsava da convivência qualquer tipo de “anormalidade”.

Resumo do filme" O menino selvagem"


O filme “O Menino Selvagem de Averyon”, de Fraçois Truffaut, baseado num caso verídico, conta a história de um menino de 11ou 12 anos que foi abandonado ainda pequeno pelos pais numa floresta na França, que não sabia falar e nem comportar-se como humano, por estar em contato com animais.
O menino foi encontrado por uma mulher que colhia bagas, que ao ouvir um barulho nos arbustos imagina ver um animal estranho e foge, quando é um ser humano. Um menino que andava que nem quadrúpede, subia nas árvores, comia bolotas e raízes, se coçava igual aos animais e tinha um olhar vago. A camponesa busca ajuda de caçadores e cães farejadores que capturam e levam o menino. O menino selvagem é entregue aos cuidados de um aldeão que o protege da curiosidade dos camponeses. O menino de olhar vago, não se interessava por nada e a sua face não mostrava qualquer tipo de sensibilidade, e como não falava não conseguia se comunicar.
No colégio de surdos-mudos, para onde é levado, durante os recreios, foge das outras crianças e esconde-se debaixo de montes de folhas. Quando o pretendem deitar, refugia-se debaixo da cama, onde dorme. Se chove fica alegre, corre e salta ao som da chuva. Maltratado pelas outras crianças, e interpelado pelos adultos, o menino selvagem tornava estridente a sua diferença radical. O professor Itard e o professor Pinel decidem retirá-lo da instituição. Foi observado pelo célebre psiquiatra da época, Pinel, que o considerou como um idiota irrecuperável e sugere que o levem para a instituição de deficientes mentais. Percebe-se aí a discriminação da sociedade, que viam os surdos como “anormais” ou “doentes”; com a necessidade de esconder as crianças naquela época. Segundo Pinel, o selvagem havia sido esfaqueado e abandonado pelos pais por ser anormal.
O jovem médico Itard ao contrário de Pinel considerou-o uma criança que teve o infortúnio de passar seis ou sete anos na floresta em isolamento total e, apenas como resultado desse isolamento parece hoje ser idiota. Supunha ter sido abandonado por ser filho ilegítimo e por isso um estorvo. Propõe-se tentar educá-lo e, nesse sentido, pede à Administração que lhe confie. Leva-o para casa e para a habitação civilizada. Assim, na sua casa com a ajuda da sua governanta que cuida dele com carinho, iniciou a difícil tarefa de desenvolver as faculdades dos sentidos intelectuais e afetivas de Victor, nome pelo qual passou a se chamar o menino. A governanta corta-lhe as unhas, o cabelo, veste-o e ensina-o a comer com a colher, enfim a se civilizado.
O professor ensina procurando situações em que sua memória visual seja posta a serviço da aprendizagem da escrita e da leitura. E sempre quando acerta o professor procura recompensá-lo com um copo de água.
Vai ampliando o grau de complexidade em suas atividades, e Victor, as vezes saturado da repetição, recusava-se a continuar, então se jogava no chão, derrubava o que tinha em mãos, irritava-se como forma de não corresponder ao processo de aprendizagem. Assim o professor colocou-o de castigo, no entanto repensando sua atitude, Itard tira-o do castigo e o acalma, uma das poucas demonstrações de afeto do professor com Victor. Itard amplia o grau de dificuldade das atividades. Com o passar do tempo o rapaz foi interiorizando e aprendendo o que lhe foi ensinado, principalmente quando era algo que ele gostava. Por exemplo, para pedir o leite, como ele gostava, com algumas tentativas consegue formar a palavra leite, corretamente. Porém este processo de aprendizagem, aconteceu com atividades mecanizadas e repetitivas.

PRÁTICAS DE LEITURA, ESCRITA E ORALIDADE NO CONTEXTO SOCIAL

A partir da análise das imagens na apresentação do power point e da leitura do texto Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola (KLEIMAN, 2006), percebe-se a diferença entre o letramento social e o letramento escolar.
Durante muito tempo, a escola mesmo sendo a mais importante agência de letramento preocupa-se, não com o letramento, prática social, mas apenas um tipo de prática de letramento, a alfabetização, processo de aquisição de códigos (alfabético, numérico) como afirma a autora do texto. Atualmente, para responder a demanda, é necessário conhecer as letras, mas não é o suficiente para ser competente no uso da língua escrita. A família, a igreja, a rua como lugar de trabalho, mostram orientações de le­tramento muito diferente estruturado de forma dinâmica e coletiva, a prática social. A criança começa a interagir com a prática do letramento no seu mundo social, por exemplo: quando seus pais lêem para ela, fazem anotações, através dos rótulos dos produtos,enfim. Portanto o processo de ensino-aprendizagem de leitura e escrita na escola não pode ser configurado como um mundo à parte, mas com a finalidade de continuar a preparar esta criança para a realidade na qual se insere.
Dominar o sistema de escrita e realizar a leitura de mundo, é fundamental para o sucesso do ser social e individual. Como afirma Soares (2001, p.18) “(...) letramento é, pois, o resultado da ação de ensinar ou de aprender a ler e escrever: o estado ou a condição que adquire um grupo social ou um indivíduo como conseqüência de ter se apropriado da escrita”.

DEBATENDO TESES SOBRE PROJETOS DE APRENDIZAGEM

A atividade foi muito interessante. Concordando em algumas questões e discordando em outras, argumentando o meu posicionamento inicial e sobre questões de desenvolvimento de um PA, acompanhando os posicionamentos da colega que consolidavam minhas idéias em algumas questões e outras fez com que eu refetisse, reformulando o meu o meu posicionamento.
A construção de um PA deve partir do interesse do aluno, que deve escolher o tema, formular a questão de investigação, as suas certezas provisórias e as dúvidas temporárias, o plano de ação, o mapas conceituas e a síntese do projeto.
A Questão de Investigação é necessária, deve ser objetiva para não perder o foco da pesquisa, e esta responderá sobre o que o aluno realmente quer saber.
As certezas provisórias são as informações prévias que os integrantes do grupo possuem sobre a questão de investigação e podem ser confirmadas ou transformadas em dúvidas; e as dúvidas temporárias são as lacunas detectadas durante o conhecimento.
O plano de ação deve ser flexível, pois este comunica como vai ser construído o conhecimento, que a cada idéia, a cada descoberta os caminhos de busca podem ser reorganizadas e replanejadas.
O mapa conceitual é um diagrama que mostra de forma organizada e sintetizada a relação dos conhecimentos prévios com a assimilação de novas informações que concretizam a elaboração de uma resposta.
A síntese do projeto é aprodução final, onde o grupo aponta as idéias principais, os caminhos percorridos e as estratégias que o grupo usou para a construção da aprendizagem.
A atividade possibilitou-me respostas para algumas dúvidas que eu nem havia percebido ainda ter, sobre a organização de PA. E este conhecimento é imprencindível para a realização do nosso estágio.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

Cultura Surda

Para a medicina ser surdo é o resultado da perda de uma habilidade disponível para os seres humanos, porem para a sociedade, implica em muitos outros fatores. Ser surdo não é melhor nem pior que ser ouvinte, mas diferente. É diferente, pois usa uma Língua diferente a LIBRAS.As línguas de sinais não são universal, cada língua de sinais tem sua própria estrutura gramatical.
Há pessoas surdas em todos os estados brasileiros e muitas destas pessoas vêm se organizando e formando associações pelo país. Como o Brasil é muito grande e diversificado, estas comunidades se diferenciam regionalmente em relação a hábitos alimentares, vestuários e situação sócio-econômica, entre outras diferenças e são estes fatores que geram também variações lingüísticas regionais.
As crianças surdas têm direito a participar da vida familiar, de uma escola comum e da comunidade. A Integração depende, dentre outros fatores, de uma comunidade que esteja preparada para conviver e aceitar aqueles que são diferentes. Integração é um processo dinâmico que possibilita ao surdo interagir, conviver e comunicar-se com outras pessoas. Se os pais e profissionais da educação possibilitar condições para a criança, ter acesso ao sistema educacional, se assegurarem seu direito a uma atividade produtiva, como qualquer cidadão, estarão contribuindo para sua verdadeira integração no contexto social.
Acredito com todos estes fatores, que lhes são de direito, a criança surda vai construir sua identidade, com confiança, segurança, tendo capacidade para uma vida normal e com direito de ser feliz.
Não tenho um contato direto com nenhuma pessoa surda, e não domino a língua de sinais. Mas se fosse preciso me comunicar com uma pessoa surda, eu escreveria um bilhete (caso esta pessoa fosse alfabetizada). Falaria claramente as palavras e devagar com esta pessoa. Falaria frente a frente, com a boca visível, para o caso da pessoa surda saber, poderia fazer a leitura labial.

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Múltiplas Linguagens

Apesar de haver correlação entre a fala e a escrita, o ato de falar é diferente do ato de escrever. A língua escrita não é mera reprodução da fala, não escrevemos exatamente como falamos.
A representação da fala, da escrita e da leitura são construídas a partir de determinadas práticas culturais e estruturas sociais. Não falamos sempre da mesma forma e nem escrevemos adotando sempre o mesmo estilo.
A fala vai depender do lugar do qual falamos, do conteúdo, das circunstâncias e dos sujeitos envolvidos. Ao escrevermos um bilhete ou uma carta a amigos ou familiares utilizaremos uma escrita informal, enquanto que ao escrevermos um texto para apresentação de um trabalho será de maneira mais formal, com um planejamento sobre o que queremos transmitir. Refletindo sobre as características da sociedade global, e do novo modo de vida, podemos nos perguntar a respeito do trabalho com oralidade, leitura e escrita na escola em função de novos discursos que se impõem como “desafios contemporâneos”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
DALLA ZEN; TRINDADE. A leitura, a escrita e a oralidade como artefatos culturais. 2002.

LIBRAS - LÍNGUA BRASILEIRA DE SINAIS


Fiquei bastante contente quando soube que teríamos a disciplina de Libras neste semestre, acho importante para que se algum dia tivermos um aluno surdo, poderemos interegir com ele. Considera-se pessoas surdas aquela que, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso da Libras. Para a medicina ser surdo é o resultado da perda de uma habilidade disponível para os seres humanos, porem para a sociedade, implica em muitos outros fatores. Ser surdo não é melhor nem pior que ser ouvinte, mas diferente. É diferente, pois usa uma Língua diferente a LIBRAS.
A Língua Brasileira de Sinais foi desenvolvida a partir da língua de sinais francesa. As línguas de sinais não são universais, cada país possui a sua.
A LIBRAS possui estrutura gramatical própria. Os sinais são formados por meio da combinação de formas e de movimentos das mãos e de pontos de referência no corpo ou no espaço.
Segundo a legislação vigente, Libras constitui um sistema lingüístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas com deficiência auditiva do Brasil, na qual há uma forma de comunicação e expressão, de natureza visual-motora, com estrutura gramatical própria.
Decretada e sancionada em 24 de abril de 2002, a Lei N° 10.436, no seu artigo 4º, dispõe o seguinte:
"O sistema educacional federal e sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão nos cursos de formação de Educação Especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior, do ensino da Língua Brasileira de Sinais - Libras, como parte integrante dos Parâmetros Curriculares Nacionais - PCNs, conforme legislação vigente".
As crianças surdas têm direito a participar da vida familiar, de uma escola comum e da comunidade. A Integração depende, dentre outros fatores, de uma comunidade que esteja preparada para conviver e aceitar aqueles que são diferentes. Integração é um processo dinâmico que possibilita ao surdo interagir, conviver e comunicar-se com outras pessoas. Se os pais e profissionais da educação possibilitar condições para a criança, ter acesso ao sistema educacional, se assegurarem seu direito a uma atividade produtiva, como qualquer cidadão, estarão contribuindo para sua verdadeira integração no contexto social.
Acredito com todos estes fatores, que lhes são de direito, a criança surda vai construir sua identidade, com confiança, segurança, tendo capacidade para uma vida normal e com direito de ser feliz.


domingo, 1 de novembro de 2009

Formação Docente da EJA

O preparo de um docente voltado para a EJA deve incluir, além das exigências formativas para todo e qualquer professor, aquelas relativas à complexidade diferencial desta modalidade de ensino.O professor deve estar preparado para interagir empaticamente com esta parcela de estudantes e de estabelecer o exercício do diálogo. Esta formação deve ser obrigatória para os cursos que se submetem à LDB e pode servir de referência para alfabetizadores ligados a quadros extra-escolares.
Muitos jovens e adultos, até mesmo pelo seu passado e presente, movem-se para a escola com forte motivação, buscam dar uma significação social para as competências, articulando conhecimentos, habilidades e valores. Os docentes deverão se preparar e se qualificar para a constituição de projetos pedagógicos que considerem modelos apropriados a essas características e expectativas.
Trata-se de uma formação em vista de uma relação pedagógica com sujeitos, trabalhadores ou não, com marcadas experiências vitais que não podem ser ignoradas. E esta adequação tem como finalidade, dado o acesso à EJA, a permanência na escola via ensino com conteúdos trabalhados de modo diferenciado com métodos e tempos intencionados ao perfil deste estudante. Também o tratamento didático dos conteúdos e das práticas não pode se ausentar nem da especificidade da EJA e nem do caráter multidisciplinar e interdisciplinar dos componentes curriculares.
É importante que a formação continuada e permanente dos educadores seja realizada com base no entendimento da multiculturalidade, enquanto criação histórica que, como tal, exige de todos nós o estabelecimento democrático e coletivo de fins comuns para uma convivência ética. Nessa perspectiva, a educação é instância propícia e espaço privilegiado para a realização da convivência e das trocas entre as diferentes culturas, o que é possível com a criação de espaços interculturais e intertransculturais, onde a multiculturalidade se fará presente e estabelecerá, num primeiro momento, o que Freire chama de unidade na diversidade (FREIRE, 1994, p. 157) e, num segundo momento, a luta pela construção de uma sociedade que fala de paz, e, para tanto, faça justiça.

EJA

A Educação de Jovens e Adultos (EJA) é o segmento de ensino da rede escolar pública brasileira que recebe os jovens e adultos que não completaram os anos da Educação Básica em idade apropriada. No início dos anos 90, o segmento da EJA passou a incluir também as classes de alfabetização inicial. O segmento é regulamentado pelo artigo 37 da LDB.
Entende-se por Educação de Jovens e Adultos a modalidade integrante da educação básica destinada ao atendimento de alunos que não tiveram, na idade própria, acesso ou continuidade de estudo no ensino fundamental e médio. A denominação Educação de Jovens e Adultos substitui o termo ensino supletivo da Lei n.º 5.692/71 e atualmente, no Brasil, compreende o processo de alfabetização, cursos ou exames supletivos nas etapas fundamental e média.
Nos documentos legais pertinentes, a EJA é considerada mais do que um direito: é a chave para o século XXI, por ser conseqüência do exercício da cidadania e condição para a participação plena na sociedade, incluindo aí a qualificação e a requalificação profissional.
A Educação de Jovens e Adultos representa uma dívida social não reparada para com os que não tiveram acesso à escola e nem domínio da escrita e leitura como bens sociais, na escola ou fora dela, e tenham sido a força de trabalho empregada na constituição de riquezas e na elevação de obras públicas. Ser privado deste acesso é, de fato, a perda de um instrumento imprescindível para uma presença significativa na convivência social contemporânea, pois infelizmente o número de analfabetos no Brasil é superior a quinze milhões.