terça-feira, 20 de outubro de 2009

CONTRIBUIÇÕES DE COMÊNIO

Hoje se ouve falar tanto em “ensino para todos”, e foi exatamente isso que já no século XVII, recomendava Comênio. Quando falamos de uma escola onde as crianças dever ser respeitadas, considerando-as dotadas de inteligência, de sentimentos e com aptidões, pensamos ser referente a uma concepção moderna de ensino. Com as leituras sobre Comênio, percebi muito da sua teoria, utilizada na prática do nosso dia-a-dia. Para Comênio a aprendizagem deve partir dos sentidos, da percepção, da experiência do aluno, para que ela possa compreender sobre o que estão falando. O material didático utilizado para alfabetização, na sua obra “Orbis Sensualium Pictus” ( O mundo desenhado) , Comênio ilustrou o abecedário completo, com desenhos de animais, com frases simples, trazendo as ações e sons característicos dos animais, para ensinar o som de cada letra. Juntou gravuras ao lado das palavras, estimulando a memorização, assim tornando uma maneira mais suave para a criança aprender a ler, a escrever e a conhecer o mundo a partir da visualização. Ao iniciar o trabalho com meu aluno, parto daquilo que ele já sabe, valorizando o conhecimento e a capacidade de compreensão de cada aluno. Realizo atividades em duplas e grupos, para que aprendam uns com os outros, observando a motivação deles; procuro dosar meu trabalho com conversas, músicas e brincadeiras; e ter um bom relacionamento com meus alunos que é fundamental para a aprendizagem.

COMÊNIO

Jan Amos Komenský, nome original de Comenius, nasceu em 28 de março de 1592, na cidade de Uherský Brod (ou Nivnitz), na Moravia, região da Europa central pertencente ao antigo Reino da Boêmia (atual República Tcheca).

Comenius foi o criador da Didática Moderna e um dos maiores educadores do século XVII; já no século 17, ele concebeu uma teoria humanista e espiritualista da formação do homem que resultou em propostas pedagógicas hoje consagradas ou tidas como muito avançadas. Entre essas idéias estavam : o respeito ao estágio de desenvolvimento da criança no processo de aprendizagem, a construção do conhecimento através da experiência, da observação e da ação e uma educação sem punição mas com diálogo, exemplo e ambiente adequado. Comenius pregava ainda a necessidade da interdisciplinaridade, da afetividade do educador e de um ambiente escolar arejado, bonito, com espaço livre e ecológico. Estão ainda entre as ações propostas pelo educador checo: coerência de propósitos educacionais entre família e escola, desenvolvimento do raciocínio lógico e do espírito científico e a formação do homem religioso, social, político, racional, afetivo e moral.

Referência:
www.centrorefeducacional.com.br/comenius.htm

segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Reflexão sobre o texto

Este texto ”O menininho”, de Helen Buckley, possibilita e repensarmos a nossa prática pedagógica e qual formação estamos proporcionando ao nosso aluno. Vê-se a importância de estimular a criatividade no aluno, através da valorização de suas habilidades na sua totalidade. Com a proposta de desenvolver recursos que possam auxiliar o crescimento afetivo, psicomotor, assim como a auto-expressão deste aluno. Sabendo que a sua criatividade não esteja presente somente para uma aula de Artes, mas que esteja presente na sua vida, para que mais tarde possa atuar efetivamente no mundo, como um individuo que saiba opinar, sugerir , com autonomia.
Através das Artes o aluno desenvolve sua sensibilidade, percepção e imaginação. Crianças que estimulam a sua imaginação terão maior facilidade na elaboração de textos criativos e na resolução de problemas, não só matemáticos, mas para sua vida cotidiana.
Espero na minha prática, estar deixando marcas de afetividade e do carinho que sinto por cada um dos meus alunos, ao longo desta caminhada de 20 anos. Minha reflexão é: Como estes alunos hoje desenham suas flores? Espero ter semeado ao menos na maioria deles, a criatividade e autonomia para que sejam pessoas determinadas, confiantes na sua capacidade, para que possam buscar a realização dos seus objetivos, respeitando as outras pessoas.

Que belo texto: O menininho



“O menininho”
Helen Buckley


Era uma vez um menininho bastante pequeno que contrastava
com a escola bastante grande.
Quando o menininho descobriu que podia ir à sala
caminhando pela porta da rua, ficou feliz. A escola não parecia tão
grande quanto antes.


Uma manhã a professora disse:
- Hoje nós iremos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de desenhar.
Leões, tigres, galinhas, vacas, trens e barcos... pegou sua caixa de
lápis de cor e começou a desenhar.
- Esperem, ainda não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora, nós iremos desenhar flores.
E o menininho começou a desenhar bonitas flores com seus
lápis rosa, laranja e azul.
- Esperem, vou mostrar como fazer.
E a flor era vermelha com o caule verde.
- Assim, disse a professora, agora vocês podem começar.
O menininho olhou para a flor da professora, então olhou para
a sua flor. Gostou mais da sua flor, mas não podia dizer isto... virou
o papel e desenhou uma flor igual a da professora. Era vermelha
com o caule verde.

No outro dia, quando o menininho estava ao ar livre, a
professora disse:
- Hoje nós iremos fazer alguma coisa com o barro.
“Que bom!” pensou o menininho. Ele gostava de trabalhar
com o barro. Podia fazer com ele todos os tipos de coisas: elefantes,
camundongos, carros e caminhões. Começou a juntar e amassar sua
bola de barro.
- Esperem, não é hora de começar!
Ela esperou até que todos estivessem prontos.
- Agora nós iremos fazer um prato.
“Que bom!”, pensou o menininho. Ele gostava de fazer pratos
de todas as formas e tamanhos.
- Esperem, vou mostrar como se faz. Assim... Agora vocês
podem começar.
E o prato era fundo. Um lindo e perfeito prato fundo.
O menininho olhou para o prato da professora, olhou para o
próprio prato e gostava mais do seu, mas ele não podia dizer isso...
amassou seu barro numa grande bola novamente e fez um prato
fundo, igual ao da professora.
E muito cedo o menininho aprendeu a esperar e a olhar e a
fazer as coisas exatamente como a professora. E muito cedo ele não
fazia mais as coisas por si próprio.
Então, aconteceu que o menininho teve que mudar de escola...

Esta escola era ainda maior que a primeira.
Ele tinha que subir grandes escadas até a sua sala...
Um dia a professora disse:
- Hoje nós vamos fazer um desenho.
“Que bom!”, pensou o menininho. E esperou que a professora
dissesse o que fazer. Ela não disse. Apenas andava pela sala.
Quando veio até o menininho falou:
- Você não quer desenhar?
- Sim. O que é que nós vamos fazer?
- Eu não sei, até que você o faça.
-Como eu posso fazer?
- Da maneira que você gostar.
- E de que cor?
- Se todo mundo fizer o mesmo
desenho e usar as mesmas cores, como eu
posso saber qual o desenho de cada um?
- Eu não sei!
E começou a desenhar uma flor vermelha com um caule
verde...