sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

EDUCAÇÃO DE SURDOS

Com base na leitura do texto da unidade 3 e no texto de Harlan Lane, busquei um entendimento sobre as questões das escolas de surdos que utilizam um ensino estruturado por ouvintes, não respeitando a cultura, língua e identidade das pessoas surdas, e quais as possibilidades de uma mudança nas propostas de ensino dessas escolas.
Desde aproximadamente 500 anos atrás, constituem-se métodos de ensino para surdos, a educação através da Língua de Sinais, do Oralismo, e do Bimodalismo. Porém, essas propostas de ensino não ocorreram todas simultaneamente, cada uma ocorreu em diferentes períodos da história dos surdos.
O oralismo ganhou forças no século XIX, em que foi imposto ao povo surdo devido à evolução tecnológica que facilitava a prática da oralização.
Na década de anos 60, foi proposto o uso simultâneo da língua dos sinais associada com a oralização, surgindo o modelo misto denominado de Comunicação Total havendo um início de reconhecimento e valorização da Língua de Sinais, a qual foi muito oprimida e marginalizada por mais de 100 anos. Essa prática do uso da comunicação total recebeu também o nome de “bimodalismo” encorajando o uso inadequado da Língua de Sinais, já que a mesma tem gramática diferente das línguas orais.
Quando o professor ouvinte sabe Língua de Sinais, pode comunicar-se de maneira satisfatória com seu aluno surdo. Porém, quando o professor também é surdo, além da mesma comunicação, ambos possuem identidade surda, o que contribui para uma harmonia ainda melhor entre professor-aluno. O professor surdo, além de um líder para o aluno surdo, representa uma perspectiva para o seu próprio futuro. Por essa razão, muitos educadores hoje defendem a educação bilíngüe e a importância de que as crianças surdas iniciem sua escolarização junto a outros colegas surdos e com professores que saibam a língua de sinais, preferencialmente surdos, pois além de usuários naturais da língua de sinais, eles são referenciais significativos para a constituição de identidades que se reconheçam como diferentes não como deficientes e inferiores aos ouvintes.
A partir da leitura dos textos percebe-se que os avanços aconteceram no que diz respeito e educação de surdos. Porém, se pensarmos, veremos que, mesmo após os redimensionamentos provocados pelas lutas surdas, o baixo índice de participação dos surdos no ensino médio e menor ainda no ensino superior, assim como o baixo nível salarial de muitos surdos, dentre outras conseqüências, comprova-se que essa educação ainda necessita de mudanças. É importante ouvir o desejo dos surdos, e que as escolas respeitem a língua e a cultura surda e os preparem para o mercado de trabalho e como sujeitos autônomos para a convivência no meio social.
Referências:
LANE, Harlan. A Máscara da Benevolência: a comunidade surda amordaçada. Lisboa: Instituto Piaget, 1992.
PERLIN, Gládis; STROBEL, Karin. Fundamentos da Educação de Surdos. 2008. (Desenvolvimento de material didático ou instrucional - Curso de Letras - LIBRAS à distância).
http://www.saomateus.g12.br/escola.htm

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Olá Maria de Lourdes!! Nessa postagem trazes elementos interessantes para pensarmos sobre a educação de surdos. Abração!!