Após a leitura do texto “Os Índios no Brasil: quem são e quantos são”, escrito pelo representante do povo Baniwa, Gersen dos Santos Luciano, proposta na Interdisciplina de Questões Étnico-Raciais esta foi a minha reflexão sobre o assunto:
A denominação índio ou indígena, segundo os dicionários da língua portuguesa, significa nativo, natural de um lugar. São também os nomes dado aos primeiros habitantes (habitantes nativos) do continente americano, os chamados povos indígenas. Mas esta denominação é o resultado de um mero erro náutico. O navegador italiano Cristóvão Colombo, em nome da Coroa Espanhola, empreendeu uma viagem em 1492 partindo da Espanha rumo às Índias, na época uma região da Ásia. Castigada por fortes tempestades, a frota ficou à deriva por muitos dias até alcançar uma região continental que Colombo imaginou que fossem as Índias, mas que na verdade era o atual continente americano. Foi assim que os habitantes encontrados nesse novo continente receberam o apelido genérico de “índios” ou “indígenas” que até hoje conservam. Deste modo, não existe nenhum povo, tribo ou clã com a denominação de índio. Na verdade, cada “índio” pertence a um povo, a uma etnia identificada por uma denominação própria, ou seja, a autodenominação, como o Guarani e o Yanomami, etc.
Segundo os dados presentes em algumas estimativas, quando Pedro Álvares Cabral aqui chegou esta terra era habitada por pelo menos cinco milhões de índios. Pelos dados do IBGE, de 2001, esta população está reduzida a pouco mais de 700.000 índios, em todo o território brasileiro.
Antes da década de 70, chamar alguém de índio fosse ele nativo ou não era uma ofensa. No inicio da década de 1980, com o movimento indígena, passam a ser valorizados os povos que falavam suas línguas originárias e praticavam suas tradições. A partir disso o apelido de pejorativo passam a ser parentes, companheiros, irmãos de história, lutando por direitos e interesses comuns. Dentre esses direitos encontra-se a própria continuidade das diferenças de projetos societários, de garantia de territorialidades e da conquista de cidadania global reconhecida.
O reconhecimento da cidadania indígena brasileira e, conseqüentemente, a valorização das culturas indígenas possibilitou uma nova consciência étnica dos povos indígenas do Brasil. Ser índio passou de uma generalidade social para uma expressão sociocultural importante do país. O processo de reafirmação da identidade indígena e o sentimento de orgulho de ser índio estão ajudando a recuperar gradativamente a auto-estima indígena perdida ao longo dos anos de repressão colonizadora.
Os povos indígenas no Brasil conformam uma enorme diversidade sociocultural e étnica. São 222 povos étnica e socioculturalmente diferenciados que falam 180 línguas distintas. Essa diversidade é o resultado de uma drástica redução ao longo da história de colonização, uma vez que já havia além de 1.500 povos falando mais de 1.000 línguas indígenas distintas quando Pedro Alvarez Cabral chegou ao Brasil em 1500.
A interculturalidade é uma prática de vida que pressupõe a possibilidade de convivência e coexistência entre culturas e identidades.
Sua base é o diálogo entre os diferentes, que se faz presente por meio de diversas linguagens e expressões culturais, visando a superação da intolerância e violência entre indivíduos e grupos sociais culturalmente distintos. É necessário reconhecermos a diversidade cultural brasileira.
A figura do professor e do livro didático é verdadeira autoridade, que a criança respeita.
Penso que para desfazer o preconceito da sociedade contra o índio devemos começar respeitando-os na condição de primeiros habitantes do Brasil. Trabalharmos com nossos alunos sobre a sua história, sua importância cultural, suas lutas por melhores condições que deveriam ter por direito. É preciso também, que a sociedade conheça a realidade das aldeias indígenas e identifique o quanto estas comunidades precisam de apoio e de respeito. Devemos realizar debates com reflexão, utilizando-nos de recursos pedagógicos que valorizam este povo e que venham de encontro a descontrução deste preconceito.
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