domingo, 24 de maio de 2009

Aplicação do método clinico

A aluna com 6 anos de idade, pareceu muito tranqüila durante o teste. Suas respostas eram espontâneas, respondendo imediatamente ao desafio, não necessitando raciocinar, sendo a resposta fruto de uma reflexão ação, demonstrando segurança e certeza em suas respostas.
Analisando suas condutas cognitivas, acreditamos que a aluna esteja no estádio pré-operacional, pois ainda não há conservação, que é o critério psicológico da presença de operações reversíveis. A criança em fase pré-operacional pensará que há mais em um do que em outro. Na ausência da reversibilidade não há conservação da quantidade.
Com a transformação de uma bolinha em uma bolacha, esta lhe representava ser maior, na justificativa apresentada pela aluna em que o tamanho da circunferência diferenciava uma bola de massa da outra. A aluna não foi capaz de perceber que apesar das variações da forma, o volume continuava sendo o mesmo, não foi retirada, nem adicionada massa durante o teste.
A aluna procura o equilíbrio entre os processos de assimilação e acomodação, há dúvidas, assim suas assimilações lhe trazem insegurança, sem uma acomodação completa, o que significa que os erros próprios do raciocínio cabem nesta fase, pré-operatória, bem como da interpretação que faz do material analisado.
A aluna confirma a teoria de Piaget, seguindo sua classificação de não-conversão.
Usar esta metodologia nos permite dialogar, argumentar e contra-argumentar com a criança, dando-lhe a possibilidade de acompanhar seu pensamento a respeito de uma dada noção, no entanto nos detivemos à aplicação conforme a sugestão apresentada no roteiro para que a pesquisa não fosse invalidada, pois este dialogar deve ser muito bem elaborado.
O bom experimentador deve, efetivamente, reunir duas qualidades aparentemente incompatíveis: saber observar, deixar a criança falar, não desviar nada e, ao mesmo tempo, saber buscar algo preciso, ter a cada instante uma hipótese de trabalho, uma teoria verdadeira ou falsa para controlar”. (PIAGET, J. A Representação do Mundo na Criança. Rio de Janeiro: Distribuidora Record, [s.d.].p. 11)

Um comentário:

Simone Bicca Charczuk disse...

Oi Maria de Lourdes, nessa postagem tu descreves, em linhas gerais, o processo de aplicação do método clínico, as reações e respostas da criança e a forma como aplicaste a prova. A partir dessa experiência, quais foram as tuas aprendizagens? Consideras que o método clínico pode ou não te ajudar a conhecer como os teus alunos controem o conhecimento? Abração, Sibicca