A avaliação sistêmica e sistemática passa constante nas políticas atuais como a forma de avaliar o desempenho dos alunos, dos professores e das escolas, com divulgação dos resultados prestando conta à sociedade.
A descentralização a partir dos processos de reforma mais recente no Estado efetua mudanças que ampliam o poder de decisão da escola. O quadro que regulamenta essas mudanças também traz maiores poderes aos alunos e pais de alunos, sejam como parceiros da gestão sejam como sujeitos políticos do processo.
Este modelo é regulatório, pois ao mesmo tempo em que cresce a autonomia dos sujeitos também cresce o controle sobre eles. Esse modelo de autonomia está centrado em maior responsabilização dos envolvidos que têm de responder pelo que fazem, como fazem e para que fazem.
Sendo assim, aumenta a responsabilidade dos profissionais docentes sobre o êxito dos alunos. O desempenho dos alunos passa a ser algo exaustivamente avaliado sistematicamente por instrumentos que não são elaborados no contexto escolar.
Os profissionais docentes se vêem então forçados a dominarem práticas e saberes que antes não eram exigidos deles para o exercício de suas funções. Alguns destes professores acostumados com um padrão de alunos que vinham de casa educados por seus familiares com todos os requisitos básicos para a convivência em sociedade e prontos a aprender, precisam mudar. Precisam compreender sobre as mudanças contínuas do ser humano,e conversando compreender mais o seu aluno. É preciso, oferecer sistematicamente ao aluno oportunidades para que a construção de valores morais aconteça, como um objeto do conhecimento que depende da tomada de consciência e, portanto, de momentos em que se possa pensar sobre o tema.
Comprova-se que a transmissão direta de conhecimentos é pouco eficaz para fazer com que os valores morais tornem-se centrais na personalidade, para a vivência democrática e cooperativa e para resolver problemas que requerem o desenvolvimento das dimensões cognitivas e afetivas, assim como de habilidades interpessoais dos nossos alunos.É preciso propor atividades sistematizadas que trabalhem os procedimentos da educação moral. Procedimentos que favoreçam a apropriação racional das normas e valores, o autoconhecimento e o conhecimento do outro, a identificação e expressão dos sentimentos a aprendizagem de formas mais justas e eficazes de resolver conflitos e, conseqüentemente, o desenvolvimento da autonomia. Percebo que as escolas onde trabalho estão preocupadas e engajadas pois a alguns anos já oportunizam aos encontros com palestrantes que trabalham sobre estes temas.
Rever sua atuação na profissão docente. Estes precisam assumir a função de formá-los e não só de ensiná-los. A escola precisa rever sua missão e seu projeto pedagógico, para atender a todos, com ou sem problemas socioeconômicos, não responsabilizando somente a família nos insucessos dos alunos.
Diante dessas mudanças houve ampliação do trabalho docente, além das atividades em sala de aula, passa a ter reuniões pedagógicas, a participação na gestão da escola, o planejamento pedagógico, entre outras tarefas.
Como observa Lessard (2006: 145), “não se trata de reivindicar uma autonomia contra a organização, suas regras formais e sua hierarquia burocrática, mas de assumir a autonomia, a cooperação e a prestação de contas que a organização impõe aos seus atores. Estaríamos agora na era da autonomia prescrita e da iniciativa obrigada ou forçada.”
A autonomia reclamada pelos trabalhadores docentes organizados em suas associações e sindicatos refere-se em geral a elementos de autonomia profissional e institucional. Reclamam de maior liberdade para organizar seu trabalho, administrar
seu tempo, ou seja, de ter maior controle sobre o processo de trabalho.
A contrapartida da autonomia dos trabalhadores docentes é a autonomia da escola, mas esta implica em também aumentar o poder dos outros segmentos que participam da comunidade escolar. Assim, à medida que os trabalhadores docentes adquirem maior autonomia, o mesmo se passa com os alunos e pais de alunos e com a comunidade no seu entorno.
Sendo assim é como se os trabalhadores docentes tivessem que pagar o preço pela autonomia conquistada, já que sentem que a mesma é resultante de suas lutas.Preço este que muitas vezes bem caro, por uma série de problemas que precisam enfrentar em saula de aula com indisciplina dos alunos, falta de recursos pedagógicos, falta de incentivo para atualização, por falta de professor substituto,falta de valorização do magistério.Apesar da Lei nº. 9394/96 dedicar um capítulo aos profissionais da educação, na qual define exigências referentes à formação, à habilitação e à valorização dos mesmos.E do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização do magistério –FUNDEB, estabelecer que pelo menos 60%dos recursos anuais totais seriam destinados ao pagamento da remuneração dos profissionais do magistério da educação básica da rede pública,assim como esta mesma lei define também que os governos tanto federais, como estaduais e municipais deverão implantar Planos de Carreira e remuneração dos profissionais da educação básica que assegurem remuneração condigna, capacitação e melhoria da qualidade do ensino e da aprendizagem,qual amparo temos? Dependemos da boa vontade dos nossos governantes,e essa sabemos.
Outros fatores também determinantes do bom desempenho da função docente pode-se destacar a infra-estrutura física e os recursos pedagógicos disponíveis nas escolas, o tipo de gestão escolar, o projeto pedagógico.Mas o que sabemos da realidade é que em muitos estados e municípios ainda se registra grande precariedade desses recursos.
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